sexta-feira, 20 de julho de 2012

Vida de Herói - Segunda Edição


Nossa depois da vários meses parado, eu finalmente atualizei isso aqui, "2ª Edição de Vida de Herói" Vou me esforçar mais pra não ficar com esses hiatos enormes entre os capítulos... Enfim, espero que gostem =P


Vida de Herói

Capítulo 2: A primeira noite a gente nunca esquece.


 Os três ficaram encarando o improvisado uniforme estendido sobre a cama de Melissa por um tempo, até que a mesma fala:

-E aí? Ta esperando o que? Põe pra gente ver como ficou.
-T-tá. – responde Marcos um pouco nervoso.

  Marcos recolhe tudo e se dirige para o closet de Melissa, as 2 amigas esperavam ansiosas e muito curiosas. Depois de aproximadamente 1 minuto ele chama por Melissa:

-Mel! chega aê! Me ajuda com essa máscara aqui.
-Nossa cara, como ele é lerdo. – reclama Melissa para si.

Depois de ajudá-lo com a estranha máscara, ele manda a amiga sair.

-Nossa ele me mandou sair só pra se mostrar, mal ganhou poderes e já os subiram à cabeça. – reclama Melissa ao sair do closet.
-Bem meninas aqui vou eu!.
-Eu já vi como você ficou, bobão! – provoca Melissa.
-Quieta!

 Marcos abre a porta do closet e sai, faz algumas poses na seguinte ordem: fisiculturista, posição da Garça, rapper, e por último esticando o braço com o punho fechado.

-E aí?
-Precisava mesmo fazer essas poses? – pergunta Amaya com um olhar de estranheza.
-É estilo cara, mas enfim, ficou bom ou não?
-É ficou, ta parecendo uma tartaruga ninja com essa máscara, mas de resto... – diz Amaya enquanto examinava melhor.
-Beleza! Bem, já vesti a roupa o que se supõe que eu faça agora?
-Você quer sair, agora pra fazer uma ronda? – pergunta Melissa
-Ainda são 16:25, acho que a polícia consegue cuidar da cidade até escurecer.
-Fala verdade, você ta se sentindo ridículo com essa roupa não está? Não que você esteja muito, mas você realmente está sentindo assim não? – provoca Amaya sutilmente.
-Nããããão que isso, imagina. Eu só acho que não seria uma boa sair assim a luz do dia, as pessoas podem acabar se assustando... ou rindo mesmo de mim. – fala Marcos mudando de despreocupado para desanimado.
-Ta, ta, tudo bem. A gente pode ficar aqui e aproveitar o tempo pra discutir algo que nós havíamos nos esquecido.- desconversa Melissa, prevendo um das costumeiras discussões entre seus amigos.
-Que seria? – pergunta Amaya.
-Como raios o simples, azarado, fraco e pacato Marcos aqui conseguiu todo esse poder.
-É verdade... Peraí!. – fala Marcos ao perceber sua descrição.
-Como os super heróis de quadrinhos geralmente ganham poderes? - Pergunta Amaya, leiga em relação ao assunto
-Aí é que está! Não existe um “geralmente”, isso varia muito de herói pra herói. O indivíduo pode ser um descendente de uma raça alienígena, ele também pode ganhar seus poderes de uma raça alienígena, pode acontecer os famosos acidentes radioativos, como os com insetos, experiências em laboratórios, esse tipo de coisa.  .- explica Melissa.
- Hum... E aí fortinho? Andou fazendo contatos imediatos de quarto grau ou uma borboleta geneticamente alterada largou aquele pozinho em você? – pergunta Amaya.
-Sou só eu que estou me sentindo estranho com o fato de vocês estarem me comparando com super heróis de quadrinhos? – pergunta Marcos, ignorando as novas ironias de Amaya.

 Por um instante os três ficam em silencio refletindo sobre aquela verdadeira loucura.

-Ele tem razão, acho que estamos ficando loucos. – Diz Amaya enquanto leva suas mãos até a testa.
-Não, gente calma aí. Deve haver alguma explicação plausível para isso. – fala Melissa em um tom impaciente.

 Ambas as garotas levam uma mão ao queixo e começam a pensar sobre o caso. Enquanto que Marcos meio confuso volta a falar:

-Ei, meninas eu estive pensando...
-Você o que? – diz Amaya em um súbito espanto.

Marcos olha de lado pra ela.

-Só te zoando cara, relaxa, você dizia... – desconversa Amaya.
-Retomando o raciocínio... Você citou acidentes radioativos certo Mel?
-Correto.
-Então, eu não encontrei aliens, não sou o único sobrevivente de um planeta distante que explodiu, então eu só posso deduzir que foi algum tipo de acidente. E se bem me lembro, a exatos 3 dias atrás eu sofri aquele acidentezinho na fábrica, loooogo concluo que adquiri meus super poderes do refrigerante. – explica Marcos com um ar de intelectual.
-Uaaaaaau... Legal gênio e como você explica o fato de um refrigerante que é consumido pelo país inteiro dar poderes só pra você? – pergunta Amaya.
-1º: Acredito na teoria de que algum engenheiro químico tenha criado uma fórmula especial para o refrigerante, mas em sua composição haveria alguns elementos tóxicos que ao se misturar com o refrigerante resultaria em uma reação química transformando o refrigerante numa fonte de poderes inimagináveis. Devido às toxinas presentes na fórmula ela foi recusada por seu superior, então o frustrado engenheiro decidiu ele mesmo misturar sua fórmula num dos tonéis do refrigerante, tonel este em que eu caí e que seria a fonte de meus super poderes! Mas é claro que isso não passa de uma teoria. 2º: Se por algum acaso minha teoria estiver certa, e tendo em vista que a empresa não teve a decência de jogar fora o tonel em que eu caí e tivesse vendido aquele lote, talvez eu não seja o único afetado. – explica Marcos mais uma vez mantendo seu ar de intelectual.
-Cara de onde você tira tanta criatividade? – pergunta Melissa com um sorriso de surpresa.
-Isso é de tanto ler histórias da Marvel cara. – responde Marcos
-De qualquer forma, essa história do refrigerante é muito surreal e com falhas! Por exemplo, a fórmula que o engenheiro cria ter toxinas? Qual é? E que tipo de indústria renomada seria capaz de vender um lote de refrigerante onde uma pessoa tenha caído?
-Ora, eu por via das dúvidas nem to tomando Guara-Cola você sabe bem o porquê. – responde Amaya apontando discretamente para Marcos.
-Como eu disse Mel, é apenas uma teoria. – repete Marcos em um tom sério forçado.
 -Bom, de qualquer forma eu vou fazer umas pesquisas depois eu digo pra vocês o que eu consegui. – diz Melissa enquanto sentava na cadeira de seu computador, iniciando as pesquisas.
-OK! Bem meninas, eu já vou indo. Essa noite eu vou dar uma volta pelo centro da cidade e ver no que vai dar tudo isso. – fala Marcos após tirar a máscara.
-Eu também vou indo Mel, preciso ir pra casa, tomar um banho quente, relaxar e parar de pensar no fato de que o Marcos possa ser capaz de limpar a cidade do crime.
-Ah, vou com vocês até o portão. – diz Melissa ao levantar quase imediatamente após sentar em frente ao computador.

Mais tarde naquela noite, mais precisamente às 10:30 da noite... Marcos e Melissa estão conversando pela Internet como sempre:

-E aí cara? Você vai sair mesmo ou vai ficar enrolando? Seus Pais já foram dormir?
- Estão indo agora, eu vou vestir a roupa e sair aqui pela janela, mas eu não vou te enganar não, estou um pouco nervoso.
-Relaaaaxa cara, esqueceu que você não morre?
-É mas ainda não testamos se eu realmente agüento levar um tiro!! Sabe como ta a violencia hoje em dia né?
-Marcos, Marcos, Marcos... Acompanhe meu raciocínio: Hoje mais cedo um carrinho de mão cheio de blocos de concreto, cai azaradamente em cima de você, e neste exato momento você está aí confortavelmente no seu quarto conversando comigo como se nada daquilo estivesse acontecido. Você ta dolorido por causa disso?
-Bem não mas...
-Psst! Não me interrompa, e logo depois quando você chegou aqui em casa pra contar isso pra Amaya e a mim, nossa amiguinha psicótica não pegou simplesmente a Katana mais afiada do dojo do meu pai e fez um corte a sangue frio no seu peito pra testar a sua resistência?
-Sim... e o que isso...
-Quieto. Apenas me responda mais essa pergunta, por acaso você está com a marca do corte que ela fez em você?
-Não, mas...
-Então cala a sua boca e mova sua bunda para fora de casa e ajude algum fraco ou oprimido.
-Ta bom! – fala Marcos com um tom de voz elevado e tenso.
-Vou sair aqui então, me deseje sorte – fala novamente o garoto agora com um tom suave e calmo.

Marcos desliga o computador e veste seu uniforme improvisado. Depois de pronto ele abre a porta do quarto e caminha a passos silenciosos até o quarto dos pais para verificar se eles de fato já estavam dormindo, após ter certeza disso ele volta para o quarto, abre a janela e coloca um pé pra fora...

-Vou sair aqui de fininho pela janela e...

Nesse momento Marcos se desequilibra e cai do segundo andar, fazendo um barulho considerável ao cair sobre um saco de lixo cheio de garrafas pet e chamando a atenção dos cachorros dos vizinhos.

-sair de casa sorrateiramente. Au. – completa sua fala silenciosamente ao sair de cima do saco de lixo. Ele olha pra janela do quarto dos seus pais, para ver se eles haviam acordado. Mas os pais de Marcos (e o próprio Marcos) tinham sono pesado. Certa vez houve uma confusão de madrugada na rua, onde houve até tiroteio. O causador do tumulto era um assaltante em fuga, ele chegou até a pular o muro da casa deles e disparar contra a polícia, ao ficar sem balas ele tentou arrombar a porta da casa mas foi apreendido antes que conseguisse, a família só foi saber o que tinha ocorrido no dia seguinte. Voltando a história...

Marcos começou a andar pela sua vizinhança, alguns trechos das ruas eram iluminados por postes, enquanto outros trechos recebiam uma quantidade desprezível de claridade provida pelas luzes das casas. Ele andou por algumas ruas, mas estavam todas desertas salvo, uns dois ou três carros que passaram por ele cujos motoristas gritavam coisas como “O carnaval já passou, otário!” ou cantavam a famosa música tema do Batman do seriado dos anos 60.

Após andar por uns quarteirões e com a baixa auto estima causada pelos motoristas, ele avista uma cena peculiar: A alguns metros dali ele avistava um menino que aparentava ter uns 8 ou 9 anos, olhando fixamente pra uma árvore. Marcos caminhou até ele, que estava de costas, e falou:

-Ei menino, o que você está fazendo fora de casa à uma hora dessas? – disse para o garoto, enquanto apoiava as mãos  em seus joelhos numa tentativa de parecer amigável.

O garoto olha de cima a baixo o estranho cidadão em sua frente trajando roupas pretas e subitamente  começa a gritar:
-Socorro, Socorro, um estuprador!! Um estupff. – Marcos interrompe os gritos do menino, tapando sua boca e olhando para os lados para ver se algum vizinho tinha se manifestado.
-Eeeeeei cala essa boca garoto. Ta maluco? Eu não vou te... O-olha eu sou um super herói ta legal? Eu vim aqui pra te ajudar! – fala Marcos para o menino com a boca tapada.
O menino tira a mão de Marcos de sua boca e fala:
-Que isso cara? Você ta doidão? Super herói? Olha eu só tenho 8 anos mas sei que super heróis só existem nos desenhos.
-E em quadrinhos. – completa Marcos – Bom, agora existe um na vida real e está bem na sua frente, mas desembucha logo aí garoto em que eu posso te ajudar?
-Olha se você é mesmo um super herói que tipo de poderes você tem? – questiona o garoto, antes de pedir qualquer ajuda.
-Hum... Até agora super força e indestrutibilidade à blocos de concreto e katanas, diga-se de passagem.
-Prove. – pede o menino.

Marcos olha em volta em não consegue pensar em nada o para provar seus poderes ao menino.

-Olha no momento eu não sei como fazer isso pra você, mas não se preocupe com isso, me diga o que você precisa e quem sabe eu possa usar meus poderes com isso.
-Ah, quer saber? Vai você mesmo... Olha, já que você é o único por aqui, eu só preciso que você suba nessa árvore e pegue o meu gato.
-Ahá o clássico resgate ao gato em cima de uma árvore. Moleza...

Marcos caminha de um lado pro outro, olha pra cima avistando o gato, até que fala pro garoto se afastar, e este o obedece. Marcos então segura a árvore, uma mangueira, se concentra  e começa a balançá-la. O garoto cai pra trás olhando aquela cena bizarra de um cara vestido de super herói conseguindo fazer uma mangueira balançar e ele percebe o chão trepidar devido as raízes se desprendendo do solo, o gato por sua vez, não consegue se manter por muito tempo e cai em cima de Marcos, tentando cravar suas unhas em seu ombro, mas não conseguiu devido a resistência da pele dele. Ao cair no chão o gato corre pra dentro de casa. Marcos esfrega o seu ombro por causa do arranhão, mas não há nenhuma marca visível, ele percebe o garoto assustado olhando pra ele, e logo se recompõe.

-Wow! Que incríve!! – exclama o menino
-É... incrível mesmo... – fala Marcos um pouco aturdido com o que havia acabado de fazer
-Eu não disse que eu era um super herói? – fala Marcos com um sorriso confiante para impressionar o garoto.
-Uau! Ninguém vai acreditar em mim, mas mesmo assim, me diz qual é o seu nome? – pergunta o garoto maravilhado com o que tinha acabado de ver.
-Ah é Ma... quero dizer... Você pode me chamar de: Justiceiro Mascarado!
-Cara, que maneiro! Obrigado Justiceiro Mascarado!! – responde o menino com enorme sorriso.

  O Justiceiro Mascarado se despede do garoto e continua seguindo em direção ao Centro da Cidade. Foram 15 minutos de uma caminhada solitária, já que ele não encontrou nenhuma viva alma pelo caminho. Chegando lá, ele começa a cruzar com algumas pessoas e os aborda perguntando se precisavam de alguma ajuda, na maioria das vezes as pessoas riam e diziam que não, numa dessas abordagens uma senhora achou que seria assaltada e tentou bater nele com sua bolsa. Chegando próximo do cinema da cidade (Sim a cidade conservou um cinema antigo no centro da cidade, ele foi fundado na década de 50. Ao contrário das salas de cinema do shopping da cidade, hoje esse cinema passa filmes consagrados de todos os tempos, desde “Era uma vez no Oeste” e “E o Vento Levou” passando por “Jurassic Park” e “Independence Day” e por fim chegando a filmes mais recentes como “O Senhor dos Anéis” e “Matrix”) ele avista no beco um rapaz sendo assaltado.

-Wow, finalmente uma situação séria pra eu resolver...

O Justiceiro Mascarado vai se esgueirando pelo muro e observa mais uma vez, um rapaz recuando enquanto o assaltante vai se aproximando até deixa-lo totalmente sem saída.

-É isso aí Marcos! Você precisa abordar aquele meliante com convicção e eficiência, e também com muito estilo!

  Após a breve preparação mental do herói, ele desencosta da parede e entra no beco, lançando sua frase de efeito:

-MÃOS AO ALTO! ESTA CIDADE É PEQUENA DEMAIS PARA NÓS DOIS!!!

  O assaltante leva um susto e logo se vira apontando uma arma, para ver quem o desafiava.

-Nossa, até que isso foi legal! Foi meio Clint Eastwood, mas acho que foi bom pra começar. – fala o Justiceiro Mascarado em pensamento com uma expressão de satisfação consigo mesmo.
-Cê ta doidão moleque?!

  A investida do Justiceiro Mascarado foi uma distração suficiente para que o rapaz que estava prestes a ser roubado conseguisse imobilizar o assantante.

-Rápido! Desarma ele! – Grita o rapaz para o mascarado.
-O-Ok!

 O Justiceiro Mascarado corre até os dois e se prepara para dar um soco no assaltante imobilizado, mas para sua infelicidade ele não calcula muito bem sua força e com o soco lança os dois contra a parede.

-Cacete! Mas o que foi isso?! –  Exclama o assaltante, sem fôlego ao tropeçar em uma tentativa de fuga...
-Droga! Ele não deu K.O! – Pragueja o Justiceiro Mascarado.
-Acho que com mais um golpe ele apaga.. já sei
-Não! Não! Fica longe de mim!

 O assaltante vai recuando, mas o Justiceiro Mascarado o agarra pelo colarinho e da um cascudo nele que o faz finalmente apagar. Após largá-lo no chão o mascarado vai verificar o estado da vítima do assalto que está desacordado já que o impacto contra a parede foi direto em relação ao primeiro.

-Droga! E agora? – Pergunta a si mesmo, estando diante de dois indivíduos desmaiados.
- Acho que vou ter que começar a trazer um rolo de fita adesiva pra prender a bandidagem até a polícia chegar...

 Ao revistar o rapaz, pega o celular dele e procura na agenda um número da casa para pedir que alguém busque o inconsciente:

-Alô?
-Oi filho, o que foi?- responde o pai do rapaz.
-Err... Olha só na verdade não é ele quem está falando não...
-Como assim?
-Ele foi assaltado, mas não se preocupe! Está tudo bem! Ele só está desmaiado
- O QUÊ?! O QUE ACONTECEU??
-Vish... Como eu vou explicar? Olha pode parecer uma doideira mas eu sou um super-herói, eu vi o seu filho sendo assaltado e vim para ajuda-lo, só que as coisas não saíram como o planejado. Eu to ligando pra você, para que possa vir buscá-lo aqui. Eu o deixarei em frente ao velho cinema.
-Ei quem é você afinal?

  O Justiceiro mascarado desliga o celular, e agora olha para o assaltante, pensando no que fará com ele antes de deixar o rapaz na frente do cinema, após poucos segundos ele dá um tapa na própria testa pega o celular novamente.

-10º Delegacia de Polícia, qual é a ocorrência?
-Alô... err, eu apaguei um assaltante aqui no beco ao lado do velho cinema que estava tentando roubar um cara.
-Com quem eu estou falando por favor?
-Desculpe senhor mas eu não posso dizer, vou deixar o malandro aqui num latão de lixo e vou deixar o cara em frente ao cinema, ele está desmaiado, eu já comuniquei os pais dele.
-Como assim não pode diz--

 Ele desliga o celular mais uma vez e o coloca no bolso do rapaz. Pega o assaltante e o coloca no latão de forma que ele não tenha como sair facilmente caso recupere os sentidos antes da polícia chegar e depois carrega nos ombros o rapaz, o deixa onde havia combinado e abandona o local para evitar dar algumas explicações ao pai e a polícia quando chegarem.

Após o ocorrido, o aspirante a herói vaga por mais algumas ruas desertas do centro, até que percebe uma movimentação na rua transversal a que ele estava e se dirige pra lá. Se aproximando com cautela ele vê a alguns metros dali, uma van estacionada em frente a uma joalheria e um grupo de quatro homens tentando destrancar a porta de aço, até que conseguem e entram na loja. Ao ver que os ladrões entraram em ação o Justiceiro Mascarado não perde tempo e corre até la. Ao chegar mais perto ele para pra elaborar um plano de ataque.

-Uf! Vamos la, você conseguiu prender um assaltante, isso foi legal pra primeira noite de ronda, agora eles estão em maior número, vou apostar no elemento  surpresa novamente...

Enquanto saqueiam a joalheria, os ladrões são surpreendidos por uma figura de preto que invade a loja quebrando a janela com uma voadora, e no instante seguinte o alarme é disparado, eles não acreditam na cena que presenciam. Durante a investida o garoto cai mas logo se recupera e diz:

-Eu sou o terror que voa na noite... Eu sou o cisco caiu no seu olho... Eu sou Darkwing Duck!!!!.... Aaaaah cara, não foi nada original... Valeu subconciente...

Ao terminar de fazer a análise pessoal de sua abordagem, ele se depara com os quatro ladrões apontando suas armas bem na direção da cabeça dele.

-Me dê um bom motivo pra eu não estourar seus miolos agora, sua bichinha miserável?
-Olha moço eu... CACETE! AQUILO ALI É UMA BOMBA?! – Exclama o mascarado ao apontar para trás deles.
-O Que?! – Se assustam os quatro ao olhar para trás
-Haha Otários – caçoa o garoto aproveitando a chance para correr até um balcão

 Mas não houve tempo o suficiente, os ladrões se voltaram para ele já atirando.

AAAAAAH!! – Grita o garoto ao se jogar para o balcão. Ele havia sido atingido. Ele coloca a mão onde e a bala o acertou mas não sente nenhuma ferida e logo próximo dele estava uma bala amassada caída no chão.

-Ta de zoa! – Fala o garoto maravilhado enquanto segura a bala admirado.
-Aí seu verme agora você ta perdido! – Fala o líder do grupo já estando logo atrás do balcão e preparando-se para atirar...
-Hoje não.

 O Justiceiro Mascarado aproveita o momento e empurra o balcão no ladrões que caem todos, quando ele se levanta e vai em direção aos bandidos que tentavam se levantar, e pega o líder deles pela camisa, eles ouvem uma voz vindo da porta:

-Todo mundo parado e mão na cabeça!! – Fala um policial militar apontando pra todos enquanto outros policias também entravam na joalheria...

-Ufa! Até que enfim vocês chegaram e... – O Justiceiro Mascarado se cala ao ver que o policial o algema.
-Ta em cana seu verme!
-Ei, ei, ei, ei! Ta havendo algum engano aqui, eu to do lado da lei!
-Cala a boca e entra na viatura! – Diz o PM ao empurrá-lo para dentro do carro, e logo em seguida jogando o resto da quadrilha ao lado dele...

 Ao chegar na delegacia, havia uma certa confusão, alguns fotógrafos já estavam a espera dos ladrões que iriam para a página policial logo pela manhã. O Justiceiro estava pronto para ser fichado quando um dos policias tentar tirar sua máscara e ele logo reage:

-Ow ow ow! Não vai tirar a minha máscara não...
-Ta resistindo a prisão é? – Fala um policial ao tentar imobiliza-lo mas o esforço é em vão. O garoto se sacode e chega a derrubar o policial. Outros vão pra cima dele, mas todos tem o mesmo destino do que caíra.
-Peraí! – Grita o mascarado. – Eu vou pra cela pacificamente, só quero ter o direito de continuar com a minha máscara.
Os policias se entreolham até que um deles sem paciência toma a palavra – Ta ta ta ta ta... deixa esse pela saco com a máscara dele, depois a gente tira a força...

 Após conseguir convencer os policias, ele tira as fotos de máscara mesmo pra sua ficha provisória e vai pra dentro da cela. Além dele estavam os quatro ladrões que ele ajudara a prender e mais uns 3 que já estavam la antes.

-Aí seu fedelho, você ta ferrado na minha mão! Pode não ser agora, mas quando tu menos esperar, você ta fu#$%. – Ameaça o líder da quadrilha.
-Cara, você fala demais! Se os policias não tivessem chegado na hora eu teria chutado o rabo de vocês e os seus amiguinhos tranqüilo...
-Cê ta maluco? Tu não tem idéia do que eu sou capaz muleque!
-Ei vocês aí meninas calem a boca! – Reclama um PM com os detidos.
-Fica esperto meu irmão...

O tempo passa e por fim o vigia decide sair pra fumar um cigarro deixando os presos sozinhos. Aproveitando da situação o líder da quadrilha com sede de vingança parte pra cima do Justiceiro Mascarado, junto com seus comparsas.

-Cê ta lascado agora!
-Chupa essa então – responde o Justiceiro Mascarado desferindo um chute sem medir sua força. – Cansei de pegar leve com vocês, bandidage! – O líder voa em direção a parede com suas costelas quebradas. Os outros ficam na defensiva esperando a reação dele
-Ah é? Então vocês querem que eu vá até vocês? Então ta bom.

  O Herói agora sem paciência parte pra cima dos bandidos, derruba todos e aproveita e pega um pelas pernas e começa a gira-lo para logo em seguida o arremessar sobre os outros que por conseqüência também colidem com as paredes, Apesar de receber alguns golpes durante a luta, a adrenalina o fez suportar a dor e ele não se deixou abater, os que ainda não tinha sido nocauteados, logo foram após receberem socos bem aplicados na boca do estomago. Após isso ele não perde tempo, aproveita a oportunidade e quebra as grades da janela escapando por ali. Para sair da delegacia não teve muita dificuldade, o vigia que havia ido fumar já estava voltando para o seu posto . O garoto não parou, correu o mais rápido que podia para que a polícia não o encontrasse e chega em sua casa, já eram 3:18 da manhã. O garoto observa sua vizinhança deserta e com muito cuidado entra pela porta da frente (embora isso não seja necessário já que como foi explicado a família dele tem sono muito pesado, seria mais fácil ele se manter em silêncio para não chamar a atenção dos vizinhos). Após entrar ele tira o uniforme dorme só de cueca mesmo.

Mais tarde naquela manhã, Marcos chega ao colégio como um zumbi de tão pouco que ele dormiu aquela noite, indo ao local de costume onde ele se reúne com suas amigas, ele avista Melissa sentada em um banco com as pernas cruzadas, com olhos fechados com uma expressão um pouco séria e com um jornal dobrado em seu colo.

-Bom dia Mel, cara você não vai acreditar no que aconteceu na noite passada...
-É cara, eu realmente não acreditei!! – diz Melissa ao mostrar a capa do Jornal onde lia-se a seguinte manchete:

MISTERIOSO LADRÃO MASCARADO, QUEBRA OUTROS PRESOS E FOGE DA CADEIA.

E logo abaixo as foto da ficha policial do Justiceiro Mascarado.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Vida de Herói - Primeira Edição

Finalmente, primeira edição da minha história de super heroísmo haha. Depois de um pc fumado, por pouco não termino antes da minha viagem. Uma coisa que gostaria de esclarecer é que eu acho que ficarei apenas com esta história e deixarei Sinistro de lado... É que aqui eu posso deixar minha imaginação fluir sem limites... Enquanto que em Sinistro eu acho que ficaria meio repetitivo, ou seja, A cada capítulo Alex ceifaria a alma de alguém e conheceria mais de seu passado, mas de todo o jeito as pessoas iriam pro saco =P

Enfim, o capítulo ta meio grande, eu acho, mas era pra ficar bem explicadinho...



Espero que gostem...

Vida de Herói

Capítulo 1: Parabéns Marcos! Você foi sorteado!

O ambiente é um quarto escuro, sendo iluminado apenas com a luz da tela do computador. Marcos, um garoto que aparenta ter 16 anos, cabelos negros, olhos castanhos, magro, vestindo uma camisa com a famosa estampa Game Over com a foto de bonequinhos recém casados, está sentado encarando a tela do computador jogando MMORPG, com um daqueles fones headset e conversando com outra pessoa.
-Ta me encontra aqui na Praça de Eusétis, vamos fazer a próxima quest, aproveita e me passa aquele martelo de Thor +18.
-Ta vou usar um portal. - Diz uma voz feminina do outro lado.
-Ta carregando o mapa da cidade... Bom e aí, vai mesmo amanhã na excursão pra fábrica da Guara-Cola?- continua a menina.
-É... irei. - responde o garoto como se estivesse distante.
-A Amaya também vai? - pergunta o garoto.
-Vai sim! A essa hora ela ja deve estar dormindo. E eu também ja vou, amanhã acordamos cedo.
-Ih é né? Que horas são agora??
-2:45.
-Da pra mais uma quest.

Neste mesmo horário, no laboratório da indústria Guara-Cola, um dos engenheiros químicos tenta convencer seu superior de que sua nova fórmula é o trunfo que vai fazer a companhia superar todas as concorrentes.

-Então Sr. Bastos, minha fórmula não é muito complexa e os gastos não serão tão altos, utilizamos a fórmula original do refrigerante e combinamos com o meu composto. De acordo com a minha teoria ele ira dobrar o tempo que o refrigerante mantém o gás e ainda teríamos um sabor mais adocicado, com uma leve ardência...
-Hum... Parece promissor.
-Então é um sinal positivo?
-Sim, sim mas seu composto vai ter que passar pelo programa de teste, pela ficha técnica dele parece que você utilizou algumas substâncias que tem um pequeno grau de toxina.
-Ma-mas é o que?
-Leve isso ao setor de testes. Eu imagino a sua ansiedade rapaz, mas depois do período de testes, você fará fortuna.
-Ok. - diz o jovem engenheiro químico com um olhar baixo tentando assimilar aquelas palavras.

 O Sr Bastos sai do laboratório e deixa o rapaz sozinho. Ele puxa uma cadeira senta por poucos instantes e se levanta novamente dizendo:
-Quer saber vou eu mesmo colocar o composto na fórmula do refrigerante.

 O jovem engenheiro sai do laborátório e vai até um dos tonéis derramar sua fórmula especial, mas é surpreendido por dois outros funcionários que estavam dando um ultimo visto para fazer a troca de turno.
Ao verem o engenheiro derramando o composto um deles se atira pra cima do ambicioso rapaz que derruba o vidro com metade da formula no chão, que não demora muito a evaporar devido às condições de temperatura da fábrica.

Pouco tempo depois o engenheiro está na sala do Sr Bastos, seu supervisor, que prepara a dispensa do rapaz por ter desrespeitado as normas de segurança.

-Ora rapaz, você está maluco? Aquela sua fórmula poderia ser tóxica e nos render muitos processos, ainda bem que estes funcionários o impediram.
-Mas hein? - O rapaz na hora se toca de que os funcionários não haviam percebido que ele ja havia derramado um pouco da sua fórmula em um dos tonéis e não fala mais nada.
-Pode ir arrumando suas coisas você não trabalha mais aqui, e vocês dois certifiquem-se de que o rapaz não vai tentar mais nenhuma gracinha.- diz Sr. Bastos olhando para os dois funcionários que flagraram o rapaz.

 Após a ordem o engenheiro sai da sala de seu superior com um sorriso maldoso no canto da boca. O tonel onde foi derramado o composto é separado dos outros, fazendo com que apenas o seu lote de refigerante tenha essa nova fórmula. Curiosamente a bebida muda levemente sua cor castanho escuro para um verde muito escuro, o que aconteceu na realidade foi um erro de cálculo do jovem engenheiro, pois ao entrar em contato com a fórmula original, várias reações se desencadearam o que fez a toxina mudar suas propriedades formando um polímero novo com ação no código genético de seres humanos, mais tarde essa nova descoberta viria a tona do jeito mais incomum.
Na manhã seguinte Marcos estava chegando em seu colégio e o ônibus que levariam os alunos até a indústria já estava estacionado em frente ao colégio e uma fila com os alunos esperando pra entrar. Ele vê suas duas melhores amigas quando tropeça e cai.

-Olha por onde anda lerdão. Passa o dinheiro que você tem aí. – Diz um garoto forte acompanhado de seu comparsa
-Qual é cara? Essa história de dinheiro do lanche é só nos Estates.
-Quer que a gente quebre a sua cara agora?
-Cacete! É uma merda viver na geração do bullying mesmo.

 Marcos ainda no chão vai recuando muito rápido até que bate com as costas em alguma coisa. Ele olha pra cima e vê Melissa, a dona da voz feminina da noite passada .

-Ah Marcos o que seria de você sem mim pra salvar a sua pele. Vão passear otários.
-Isso mesmo Marcos se esconde de baixo da saia dela viadinho.- diz um dos garotos se distanciando dos três.
-Querem falar o que babacas vocês que apanham pra ela e eu sou o viado? E pra sua informação a visão daqui de baixo não ruim não. Hahahahaha aaai!
Melissa da um cascudo e logo em seguida põe suas mãos sobre a saia tentando impedir que Marcos continuasse tendo aquela visão.
-Tenha um pingo de dignidade Marcos. – Diz Amaya, ao lado de Melissa
-Ah nem vem, eu já bati de frente com eles algumas vezes. ok! Eu sempre apanho! Mas ficar persistindo no erro é burrice. – responde Marcos enquanto esfrega a cabeça.
-Ta, já passou, vamos deixar essa discussão de lado. – encerra Melissa.

Melissa e Amaya são as únicas amigas de Marcos. Marcos é o tipo de cara que se encaixaria no grupo dos nerds por ser um viciado em vídeo games e cinema e ser péssimo nos esportes (apenas por isso), mas a “nerdisse” dos nerds de sua escola era demais pra ele já dizia o próprio. Melissa também é meio nerd, e assim os dois se deram muito bem. Ela é loira, um pouco mais baixa que Marcos, tem olhos azuis, usa óculos, maria-chiquinha, e veste sempre mini-saia, na sua mão direita usa uma luva de motociclista rosa personalizada por ela mesma, um presente de seu pai, é uma garota linda. Ela e Marcos chegaram a ficar mas foi coisa de uma semana, caso estejam curiosos, mas ambos continuaram com a amizade intacta. O motivo pelo qual os dois outros garotos não quiseram arrumar briga quando Marcos se encontrou com as meninas é devido ao fato de Melissa ser graduada em Kung Fu, seu pai é um mestre e a ensinou desde pequena para ela se defender de qualquer um que tentasse abusar ou tirar vantagem dela. Amaya é japonesa, e tinha voltado do Japão no ano passado, ela ja havia morado no Brasil na infância e por isso não tinha problemas em falar português. Tem cabelos negros, curtos, com uma mecha verde esmeralda, vive sempre com uma expressão séria, também só usa saia, o que fez com que ela e Melissa encontrassem algo em comum já que adoram sair pra comprar saias, por algum estranho motivo ela nunca sente calor e vive com um casaco que tampa sua boca (fato que até é paradoxal já que ela só usa mini-saia), foi isso que afastou outras amizades com meninas e causou medo em rapazes achando que ela seria alguma maluca esquartejadora apesar de também ser linda.

Após o breve episódio com os dois valentões o trio entra no ônibus e a viagem segue tranqüila. A fábrica dos refrigerantes Guara-Cola não era muito longe, a viagem durava aproximadamente 40 minutos, nesse meio tempo os três amigos conversam

-Cara por que temos mesmo que ir nessa fábrica?-Pergunta Marcos.
-Bem, a Suzana vai passar um trabalho pra gente, é só a gente prestar atenção e descrever como é o processo de produção do refrigerante.
-Chaaaaato! Só espero que eles dêem umas latinhas de refri la.
-Olha eu não sou de concordar com o Marcos, mas... Até que ele tem razão, só querem ganhar dinheiro em cima da gente, no final das contas todo mundo vai copiar o trabalho da Internet. Pelo menos é um menos um dia de aula.
-Amaya!
-Ah cara, to sendo sincera.
-Bem que poderia acontecer algo de diferente, alguém pagar mico, ou levar bronca, só pra sair da rotina. – Finaliza Marcos com o assunto já que acabavam de chegar à fábrica.

 Chegando a fabrica, todos os estudantes saem do ônibus, e se reúnem em frente a entrada da fábrica, e ouvem um pequeno apanhado de orientações da guia da excursão.

-Não se afastem do grupo, não se debrucem sobre os corrimões das pontes sobre os tonéis...
-Pelo visto vai ser muuuuito divertido – diz Marcos um pouco alto.

Alguns alunos riem, a guia fica sem graça e Marcos recebe sua primeira chamada. Após as orientações, a excursão se inicia e os alunos já recebem uma lata de refrigerante logo na entrada.

-É Marcos, seus desejos se realizaram, ganhamos refri de graça e um otário já levou uma bronca, que por sinal esse foi você.- provoca Amaya.
-Valeu hein Amaya.
-Então agora só ta faltando alguém pagar um mico aqui na fábrica. – revisa Melissa.

 A excursão vai se estendendo até que chega ao seu penúltimo processo de produção a ser demonstrado. Os estudantes sobem numa ponte que se encontra acima dos tonéis de armazenamento.

-E aqui nesses enormes tonéis o refrigerante é armazenado separadamente, o conteúdo deles nunca se mistura com o dos outros. Aos poucos eles vão sendo esvaziados para serem colocados nas latas ou garrafas. Agora, iremos ver como é feita a distribuição do refrigerante nas latas, garrafas e o embalamento final.

Enquanto os alunos acompanham a professora, Marcos se distrai e fica pra trás olhando para os tonéis debruçado no corrimão, porém ele não estava sozinho.

-Ah ali o otário, ta sozinho sem aquelas duas garotas esquisitas, vamos la, dessa vez a gente ferra com ele legal nessa. – Diz Rodrigo, um dos valentões que foram apresentados anteriormente, para seu amigo.

Os dois se aproximam de Marcos por trás e seguram seus braços.

-Fala aí cara! Lembra onde paramos? Bom, nós só íamos te espancar até você chorar que nem bichinha, mas já que estamos nessa fábrica, vamos sair da rotina. Você nunca imaginou em tomar banho numa banheira de refrigerante? – Ameaça Rodrigo, apontando com a cabeça para os tonéis abaixo da ponte.
-Ah não! Não, não não! – Marcos diz num tom desesperado.

Os dois amigos levantam Marcos, que não é muito pesado, já que é magro. E mesmo com  resistência ele não é capaz de se livrar dos dois e cai.

-MEEEEEEEEEEEEEERD...

 Marcos não teve tempo de terminar sua fala, quando cai em cheio no tonel de Guara-Cola que por sinal era de cor verde bem escuro. Ele acabou se afogando um pouco com refrigerante mas conseguiu subir até a superfície e começou a gritar por ajuda. A excursão terminou com Marcos enrolado numa toalha, levando outra chamada da professora, e Rodrigo e Fernando, seu comparsa, levando uma suspensão de apenas 2 dias, por empurrarem um aluno de cima de uma ponte para dentro de um tonel a uma altura de aproximadamente 4 metros.

-Cara, eu não sei se você é o cúmulo do azar ou da vidência. – ironiza Amaya.
-Não tem coisa melhor pra dizer não, Amaya?- responde Marcos.
-Tenho sim: Vou ficar um bom tempo sem beber Guara-Cola, depois de ter visto um garoto nadando no meio do refrigerante
-Ei ei ei já chega vocês dois. Vivem brigando, cacete! Fala aí cara, você se machucou com a queda? E aí?
-Não, não só bebi muito refri... E sabem que o gosto tava um pouco diferente? Sei la tava mais doce, e meio ardente. Até que eu gostei.
-Gosto diferente? Ah deve ser que o refrigerante ainda não tava pronto, deveria ter algum conservante, sei la. Não deve ser nada demais.- encerra Melissa.


  Mais tarde, precisamente as 20:23 Marcos, Melissa  estão jogando World of Monstercraft, o mesmo MMORPG da noite passada, usando fones headset como de costume.

-E aí cara o que seus pais falaram?
-Nossa eles, ficaram uma fera com o colégio. Até que não me deram muita bronca por eu ter me distraído la, mas pelo menos não me colocaram de castigo.
-Nossa que tenso, eles vão ao colégio amanhã pra reclamar?
-Sei la to nem aí. Aí pede party pro Mystic247 pra gente terminar a quest de ontem.
-Por que não pede você, que está no mesmo mapa que ele?
-Porque ele deve ser algum tarado sem vida social que só da party pra Elfas.
-Aah não, que nojento.
-É, mas ele é lv 57.
-*Suspiro* Ok.
-Vou resolver umas paradas e... uunhg... que.. que dor de barriga!!!

 “Mensagem do servidor: Hammermaster_223 desconectou.”

-Hahahahahah como assim, Marcos? Marcos? Você não ta falando sério ta?? Hahaha.

 Na verdade era muito sério. Marcos sentiu dores intestinais horríveis, sem saber ele que era  na verdade um efeito colateral devido ao refrigerante com a fórmula rejeitada do engenheiro. Marcos passou dois dias em casa, devido ao mal estar, mas no terceiro dia...

-E aí cara? Melhor?
-É to sim. Eu não entendo como o médico poderia achar que aquela dor de barriga era por causa do refrigerante da fábrica, eu nunca havia passado mal por causa disso.
-Chega de papo então e vamos pra aula, cagão. – Interrompe Amaya, com seu jeito seco habitual.
-Também senti saudades de você, Amaya. – Responde Marcos com um olhar antipático.
-Enfim, só vou ao banheiro meninas, vão indo na frente.


Marcos foi ao banheiro mais próximo entrou numa das cabines e só se ouvia Marcos assobiando o tema de Um Tira da Pesada enquanto se aliviava. Ainda assobiando ele lavava as mãos, mas o tom do seu assobio desafinou ao ver que quem o esperava na porta do banheiro eram os já conhecidos Rodrigo e Fernando.

-E aí mané? Por sua culpa acabamos levando suspensão. Minha mãe ficou enchendo meu saco o tempo todo. – Fala Rodrigo enquanto batia em uma das mãos.
-Peraí! Minha culpa? Eu não sei não, mas acho que vocês não teriam levado suspensão se os dois inteligentes, não tivessem me derrubado no refrigerante? – Responde Marcos.
-Cara, ele acabou de usar sarcasmo com a gente? – Pergunta Rodrigo a Fernando.
-Eu acho que sim.
-Huuuum ta... (pausa de cinco segundos) Ta, enfia a cabeça dele no vaso logo de uma vez.- Diz Rodrigo para Fernando ao sair do banheiro para esperar la fora e vigiar se não aparecia nenhum inspetor
-Merda!- Exclama Marcos.

 Fernando segura marcos educadamente e o arrasta para um vaso sanitário, como se já estivesse acostumado com o trabalho “formal”. Porém, os instintos de sobrevivência de Marcos, são ativados e ele como reflexo empurra Fernando com toda sua força, que por incrível que pareça o arremessa em direção a porta do banheiro a uma distancia de 10 metros que na verdade é apenas a distancia do ponto onde ele estava até a parede do corredor.

-Mas que porr...- Marcos é interrompido com o Rodrigo vindo para cima dele falando:
-Mas o que foi que deu em você cara? Era pra você estar afogado naquele vaso.

 Marcos percebendo que estava com uma força acima de sua normal. Sorri, olha pras suas mãos e estala os dedos dizendo:
-Cara, eu sempre quis fazer isso.

 Marcos da um soco no estômago de Rodrigo e o arremessa até a parede fazendo-o cair em cima de Fernando desacordado. O corredor por incrível que pareça, estava completamente vazio e Marcos aproveitou para ir logo para a sala antes que ele fosse pego, mas é claro que ele sabia que em breve seria chamado na direção.

Ele entra na sala tentando esconder o sorriso no rosto, seu professor nem se importa com o pequeno atraso dele. Ele caminha até a sua carteira de sempre, ao lado esquerdo de Melissa, e Amaya ao lado direito de Melissa.

-E aí cagão, por que ta com esse sorriso idiota na cara.- Provoca Amaya.

Marcos vira subitamente e deixa escapar em voz alta.

-Chutei a bunda do Rodrigo e do Fernando.

 O professor ao ouvir quebra o giz, e todos os alunos exclamam ao mesmo tempo.

VOCÊ O QUE?!

No instante seguinte um inspetor entra na sala chamando:
-Marcos Gonçalves!

 Todos olham espantados para Marcos enquanto ele se dirige para fora. Na sala do diretor:

-Mas será possível? Vocês 3 vivem me arrumando problemas. – O  diretor Antunes fala num tom autoritário para os três garotos na sala. E retorna a falar:
-Dessa vez você me surpreendeu Marcos. Não esperava isso de você. O que tem a me dizer.
-Simples, os dois me encurralaram no banheiro e queriam me afogar.
-Afogar?
-É, afogar.
-Como assim afogar?
-Minha nossa Sr Antunes, você nunca ouviu falar de afogar os outros no vaso sanitário?
-Pensei que isso só acontecia nos Estados Unidos.
-Eu vivo falando isso pra eles!!
-Bem... Se esse é o caso... Todos estão liberados.
-Como assim? - Perguntam todos.
-Olha, vocês dois empurraram o rapaz de cima de uma ponte na fábrica. Por Deus, estou farto de vocês aqui na minha sala, já estão quites.

 Os três saem da sala e se entreolham.

-É-é não vamos mais implicar com você cara. – Fala Rodrigo imediatamente
-Nossa ta falando sério?
-Sim, você tem razão depois dessa surra meus dias de bullying chegaram ao fim. Acho que eu só queria chamar atenção. Obrigado, por me fazer enxergar que nada disso vale a pena.
-Sério mesmo?
-Nada, só estava usando um pouco de sarcasmo, na verdade vou dar um tempo, malhar mais um pouco, ficar forte e depois volto a te infernizar. Vamo nessa Fernando. Paz!

 Rodrigo e Fernando deixam Marcos. Ele volta pra assistir o resto da aula, durante esse tempo ele percebe, que não está controlando bem a sua força, já que conseguiu quebrar seus lápis e canetas e mais os que ele pediu emprestado. Na hora do recreio Marcos conversa com suas amigas sobre isso.

-Meninas sejam sinceras. Eu to mais forte?. – diz marcos fazendo poses de fisiculturista.
-Aaaaahn não. – responde Amaya em tom de deboche.
-Mas é estranho porque eu consegui arremessa-los na parede do corredor, de dentro do banheiro.
-Ta falando sério mesmo? – desconfia Melissa.
-Sério pô vocês não viram o quanto eu estou devendo de lápis e caneta pro pessoal?
-Muito estranho, por que não fazemos um teste? Depois da aula passa na minha casa, quero ver se você consegue quebrar uma tábua, telhas, coisas do tipo.
-Gente... Será, que eu ganhei... Super poderes?

Nesse instante Amaya cospe seu suco, e cai na gargalhada, coisa difícil de acontecer e fala:
-Você só pode estar brincando, por que logo você?
-Sinto uma pontinha de inveeeejaaaa? – pergunta Marcos num to musical.
-Me recuso a responder isso.
-Cacete vocês só vivem brigando!!! – se extressa Melissa.
-Enfim, vamos fazer uns testes la em casa Marcos.

Mais tarde, depois do almoço Marcos ia para casa de Melissa que era a uns 5 quarteirões da sua casa, mas era necessário que ele passasse por um canteiro de obras. Por ironia do destino ou simplesmente por puro azar um carrinho de mão cheio de blocos de concreto despenca do terceiro andar da construção e cai em cima de Marcos, que milagrosamente, não lhe causa nenhum arranhão, porém ele sentiu uma dor enorme. Marcos consegue sair de baixo dos blocos meio desajeitado sem que ninguém percebesse, já que ali era uma rua tranqüila, e aparentemente o barulho la em cima era tão alto que os operário só perceberam o carrinho de mão caído e os blocos de concreto quebrados no final do expediente.

  Marcos chega na casa de Melissa e vai até o Dojo de seu pai onde encontra ela e Amaya sentadas mais adiante. Melissa estava usando uma roupa própria para treino enquanto que Amaya trajava seu comum casaco de gola alta tampando sua boca mas dessa vez usando jeans. Marcos chega correndo e confiante mas rapidamente é advertido por Melissa para que retire o calçado. Após o pequeno ritual de respeito, ele se dirige a elas muito empolgado.

-Meninas vocês não vão acreditar no que aconteceu!
-O que houve? – pergunta Melissa um pouco apreensiva.
-E por que você ta todo sujo? Pergunta Amaya logo em seguida.
-Exatamente, quando eu estava vindo pra cá, eu passei pelo canteiro de obras, então do nada, um carrinho de mão cheio de blocos de concreto caiu em cima de mim.
-Isso é impossível! – Exclama Amaya.
-É eu sei!
-Você não se sente nada dolorido?? Pergunta Melissa enquanto examina os braços e a cabeça de Marcos.
-Bom, doeu PACAS na hora, mas agora to de boa.
-Incrível! Primeiro você apresenta uma força acima do normal e agora você não se fere? - Melissa se impressiona.
-Parece que sim.
-Bem só tem um jeito de saber se isso é mesmo verdade. – fala Amaya, afastando Melissa enquanto se preparava para fazer um corte em Marcos com uma das espadas do dojo. Melissa não tem tempo de parar Amaya, que desfere um golpe diagonal que pega do ombro esquerdo até o quadril de Marcos.

-Aaaaaah!

 Amaya se assusta com o grito, mas se surpreende ao ver que o corte só rasgou a roupa de Marcos.

-Oh Meu Deus! Mas que merda ta acontecendo aqui? - Amaya questiona.
-Marcos você tem alguma noção do que isso significa? – pergunta Melissa colocando suas mãos no ombro de Marcos.
-Mas é claro que sei... Vou ganhar várias medalhas pro Brasil nos jogos olímpicos no levantamento de peso, arremesso de disco, e qualquer outro que precise de muita força. – responde Marcos com um sorriso e brilho nos olhos.
-Na verdade eu tinha pensado numa idéia melhor, lembra sobre você ter dito que tinha ganhado “super poderes” mais cedo no intervalo? – pergunta Melissa
-Sim é claro.
-Cara, você tem os poderes perfeitos pra se tornar... um Herói!
-Como é que é? – perguntam Marcos e Amaya ao mesmo tempo.
-Claro que sim gente, ta na cara que ele é tipo o Superman, super força, pele indestrutível. Ele pode ser fuzilado que não morre. – Explica Melissa.
-É mas eu não deixo de sentir dor! Ta maluca Melissa? Me fuzilar? – reclama Marcos.
-Mas vai me dizer que não gostou da idéia de ser herói?
-Mas é claro! Qual adolescente não gostaria?
-Bom mas lembre-se bem, com esses novos poderes, você recebe também novas responsabilidades.
-É, é, ta, ta eu também li Homem Aranha. Vamos logo decidir meu uniforme.
-Ué, mas e o seu nome de Super Herói?
-Já decidi vai ser Vingador Mascarado, é simples, prático e objetivo.
-Só que já existe um Vingador Mascarado nos quadrinhos e foi criado por Sebastião Seabra, é pouco conhecido, mas não seria legal plagiar o nome de um dos poucos Super Heróis nacionais não acha?
-Hum... Então ta, Justiceiro Mascarado, continua simples, prático e objetivo.
-Bom, só queria te lembrar do filme Justiceiro Mascarado.
-Ah eu também já vi esse filme mas, ele não é nem nacional e nem super herói
-É verdade, taí esse nome ta melhor, então mãos a obra vamos pro meu quarto, planejar esse uniforme.

Melissa no computador, pesquisa alguns trajes e máscaras, já conhecidos e vai mostrando pra Marcos apenas pra servir de modelos experimentais porém ele não gosta de nenhum deles.

-Ah Melissa, você sabe que eu sou único e gosto das coisas de forma espontânea e...

Ao olhar pra Amaya, Marcos pára, e num tom apressado, diz:
-Eu tenho que ir! Tenho o uniforme perfeito eu só vou trazer o que eu preciso e mostro pra vocês... Me esperem aqui, não devo demorar muito.

1 hora depois Marcos volta para a casa de Melissa, e deixa tudo organizado em cima da cama da menina. Os três olham pro suposto uniforme, até que Melissa pergunta:

-Uau! Até que não é de todo mal. Como você teve essa idéia?
-Simples! – Diz marcos apontando pro cabelo de Amaya.
-E outra, eu sempre gostei daquelas letrinhas do Matrix.
-É gostei do estilo – elogia Amaya.
-Realmente muito espontâneo. – Encerra Melissa.

O uniforme era bem simples, Um tipo de bandana que vinha até o nariz de cor preta com detalhes em verde com dois buracos para a visão servindo como sua máscara, uma camisa regata preta de viés verde com a palavra POW estampada no centro, um bermudão também no mesmo padrão de cores da camisa, luvas de motociclista e um all star com cadarços verdes.





E ficamos por aqui com a primeira edição... ^^ não percam o próximo capítulo, que narrará a primeira noite de ronda do Justiceiro Mascarado...

sábado, 14 de janeiro de 2012

Rumo a Glória/O Ano do Conquistador

1º post do ano...

Aos que lerem esta postagem, saibam que estas são palavras de um novo Igor Caldas, finalmente um homem, não mais um garoto, finalmente aceitei as condições que o tempo me impõs de que eu não devo mais agir como um adolescente qualquer...

Que flua 2012, o ano que chamo de O Ano do Conquistador, e o conquistador serei EU!! Meus planos se atrasam mais do que deveriam mas agora chega! 2012 comecei com a boa notícia de que passei em uma faculdade pública, mas o porém é que ela é no nordeste e é improvável que eu deixe minha vida aqui, ainda não é hora! No ano de 2011 admito que não realizei os esforços necessários para com meus estudos, mas hoje estou confiante, hoje eu sinto meu espírito queimar pelas minhas ambições! Passei pelo ENEM com 617 pontos, nota que considero baixa-mediana, todos ao meu redor ja viram que eu tenho potencial eu deixei de enxerga-lo, por vezes fui aluno de destaque em meu colégio, mas com  o tempo eu relaxei demais, e isso não foi bom, por alguns anos deixei a preguiça tomar conta de mim no quesito estudos mas esses dias estão contados...

Os que lêem este texo posso com certeza dizer que notaram um estilo radical em minhas palavras, mas era essa a atitude que eu deveria tomar... Mas ainda escreverei histórias aqui... Administrarei bem o meu tempo.

Eis um novo lema: Domar o touro pelos chifres!!

Rumo a Glória meus amigos!

sábado, 31 de dezembro de 2011

Última Postagem do Ano...

Último dia, última postagem... Não to a fim de fazer uma retrospectiva completa do ano que está saindo mas digo uma coisa "Vaya con Dios". 2011 não foi o melhor dos anos acho que foi o pior, mas tenho novas esperanças para 2012 esse vai ser um ano de luta! Independente do resultado do vestibular, eu vou cair mesmo dentro nos estudos esse ano, seja pra arrebentar no primeiro período de faculdade ou seja pra tentar vestibular de novo ou concursos!!

 Enfim, 2011 foi chato mas teve seus prós, principalmente no fim do ano onde eu fiz novas amizades... Que seja, eu hei de vir, hei de ver e hei de vencer... u_ú

Desejo a vocês mais Ambição, Sabedoria e Humildade...

Em breve o primeiro capítulo de Vida de Herói...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sinistro! Primeiro Capítulo.

Boa noite a todos... no momento estou fazendo esta postagem enquanto assisto "Super Bad - É hoje!" um dos meus filmes preferidos...
Bem, finalmente postarei alguma história aqui e hoje é a grande estréia!! Começarei com Sinistro! tentarei intercalar entre Sinistro e Vida de Herói... Enfim tenho que assistir Super Bad, aproveitem e espero mesmo que gostem... =/



Capítulo 1: Alexander Rocha Alcântara, 22 anos, Morte e Vida.

  Andando pela rua com um semblante totalmente abatido está Alexander, também conhecido como Alex, um jovem de 22 anos, alto, porte físico um pouco atlético, olhos verdes, cabelos castanhos e lisos, cursando último período em Administração, estagiário em um grande banco de sua cidade a ponto de ser oficialmente contratado assim que se formar, saudável e bem vestido. Continuando com passos pesados ele vai se aproximando de um beco. Ao passar bem em frente ao beco, ele é subitamente puxado para dentro.
Alex está agora contra a parede e sente o cano de um revolver em seu peito, ao mesmo tempo em que vê o rosto de um homem com expressão desesperada e olhando constantemente para os lados. 
-Pode ir passando carteira, celular, relógio.
-Ah não pode ser, ta de brincadeira comigo né?
-Tá maluco bacana? Passa logo, vai, vai, vai.
-Eu não tenho nada não pô!
-Como não? Camisa social, calça social, sapato de couro, tu pensa que me engana?
-Cara, minha carteira ta vazia, to sem celular, e esse relógio é do camelô, agora me deixa em paz.
- Ah meu irmão, tá mentindo pra mim e me fazendo perder tempo aqui pra nada? Isso daqui é pra você aprender a ter noção do perigo!

O assaltante, sem piedade, dispara o gatilho. As pessoas na rua se assustam e na mesma hora correm. Alex cai e com a visão escurecendo vê seu assassino fugir. Ele parece ver tudo em camera lenta, por fim tudo fica escuro e então ele morre. Mas como um estágiario aparentemente bem sucedido, acabou naquele estado tão depressivo a ponto de não estar alerta para o homem que tiraria sua vida?

 Vinte minutos antes, Alex estava se dirigindo ao apartamento de Pâmela, sua ex-namorada que tinha terminado com ele há poucos dias. Sua expressão estava mais confiante, seus olhos brilhavam de esperança, ele ensaiava o que ia dizer pra ela no instante que ela abrisse a porta. Alex chega ao prédio onde Pâmela mora e seu coração começa a disparar. Ele entra no elevador vazio aperta o botão com o numero 3 que é o andar onde ela mora. Embora o elevador tenha levado pouco menos de um minuto para chegar ao terceiro andar, para Alex aqueles poucos segundos eram como horas, que ele usava pra relembrar de vários momentos com sua amada Pâmela. Passados os poucos segundos o elevador para e a porta se abre. Seu coração dispara, ele vai até a porta e toca a campainha. Alex escuta passos vindos de dentro do apartamento, consequentemente o barulho da chave destrancando a porta.

-Opa, fala aí. - Disse um homem que aparentava ser um pouco mais velho que Alex, com porte físico atlético, um verdadeiro rato de academia usando apenas uma toalha.
-Ih foi mal cara acho que errei de andar, desculpa incomodar.
-Quem é Marcelo?? - Uma voz muito conhecida para Alex surge de dentro do apartamento. Após perguntar Pamela se inclina pra ver quem estava na porta. Pâmela era linda, tinha cabelos loiros dourados, olhos azuis, muito branca, com o rosto corado.
-Ai... Que droga! Deixa que eu atendo... – Marcelo entra de novo, despreocupado, com ar ingênuo sem nem sequer imaginar a situação que estava diante dele.
-Ah cara! Por que você tinha que aparecer? Eu deixei bem claro que estava tudo acabado entre a gente.
-Pamela, m-mas como você pode sair levando pra cama o primeiro que aparece pela frente??
-Mas ele não é o primeiro e... uh droga.
-O quê?! Mas a gente tinha toda uma história Pam.
 Se aproximando de Alex, Pamela põe sua mão no ombro dele.
-Mas um dia toda história acaba, querido, mas nem todas com um final feliz. Não leve a mal, e cara, você é um gato, pode arrumar qualquer uma na hora que quiser.
-Mas eu não quero qualquer uma. E-eu quero você Pam.
-Gato, não dá mesmo... Tô com o Marcelo agora, vamos até viajar. Olha não fica mal não, foi bom enquanto durou. E outra ,nós podemos continuar amigos. – A última frase de Pâmela e a visão dela sorrindo tranquilamente ao dizê-la, atingiu Alex com força. A palavra “amigos” ficou ecoando em sua mente por um tempo.
-Quer saber, esquece!
 Alex simplesmente dá as costas para Pâmela e com passos arrastados retorna ao elevador. O elevador abre as portas e mostra seu interior vazio. Alex entra e se apoia no vidro do espelho e fica encarando a sua própria imagem, e relembra vários momentos seus com Pâmela, começando do encontro que havia acabado de ocorrer e mudando diretamente para os melhores momentos que ele desfrutou ao lado de Pamela, principalmente as noites de amor que passaram juntos onde Pâmela havia se mostrado muito experiente em certos aspectos, diga-se de passagem. O que realmente ativou a forte atração de Alex foi a sensualidade de Pâmela que fez com que ele se apaixonasse intensamente, e embora ela fosse uma aluna exemplar na turma de Direito, as amizades feitas quando ela havia entrado na faculdade foram aos poucos corrompendo sua personalidade e apresentando a ela uma nova vida de prazeres exóticos, então quando começaram a namorar ela já não se sentia a vontade com a ideia de um relacionamento sério. Na realidade o relacionamento entre eles não havia durado pouco mais de 3 meses. E isso meu caro leitor foi o que deixou Alex desatento para o perigo que o aguardava: uma ex-namorada.

 Alex abriu seus olhos de novos sua visão estava embaçada mas se acostumou rapidamente. Ele estava num lugar escuro mas havia névoa por todo lado. Alex não conseguia sentir o chão sob seus pés, ele estava flutuando. De repente ele ouve um som conhecido se propagando gradualmente.
-Ué? Sinos tocando?- Disse o rapaz quando logo em seguida ele houve uma voz rouca arrepiante.
-Não pergunte por quem os sinos dobram, pois eles dobram por ti!

 Nesse instante uma figura vestindo negro aparece diante de Alex, e aos poucos toma uma forma nítida. O estranho ser usava um sobretudo negro com um capuz que ocultava sua face que estava fitando o chão. Ao levantar sua face vagarosamente, Alex vê a figura de uma caveira, com dois pequenos brilhos vermelhos no centro de suas órbitas vazias, e parecia sorrir sadicamente, mostrando duas presas bem desenvolvidas. A criatura era muito alta media um pouco menos de 1,95 m, os ossos do tórax eram grandes e bem no centro um outro crânio estava incrustado. O ser também usava calça de cor negra também, e em sua cintura havia mais três crânios pendurados como adorno. Em sua mão direita segurava uma longa foice, com uma coluna vertebral rígida que ultrapassavam em aproximadamente 20 cm da altura do indivíduo servindo de cabo e na ponta mais um crânio que fazia junção com a lâmina, e em sua mão esquerda segurava um rolo de papel em estado envelhecido.

-O-o que diabos é você?! – Pergunta Alex realmente assustado para a figura diante dele.
-Ora, meu caro. Não faz nem idéia? Vestimentas negras, rosto cadavérico, foice na mão direita, um papiro na esquerda. Faça me um favor.- Responde a figura sinistra com uma voz rouca.
-Você é a Morte!
-Bingo! Também conhecido como Ceifador Sinistro, ao seu dispor.
-Não, não pode ser, morri apenas com um tiro?
-Amigo, o malandro estava com o cano da arma enterrado no seu peito. Mas vamos direto ao assunto, “Alexander Rocha Alcantara, 22 anos nascido em 12 de novembro de 1989” confere?
-É, está certo sim e... Não não eu não posso morrer! Sou novo tenho tanta coisa que eu quero fazer.
-Você quis dizer tinha. Então chega de papo, deixa eu passar essa foice em você e pronto.
-Me recuso a morrer!
-Aaah outro. Olha cara não dificulta meu trabalho, ainda tenho muitos lugares pra ir, muitas almas pra ceifar.
- Por favor ô seu Ceifador, vamos entrar num acordo. Por favor eu quero muito viver.
- Nossa hein? Sua força de vontade quase chega a me comover mas na verdade acho que você é meio maluco garoto. Estando vivo você fica sujeito a todos os problemas da vida, saúde, aquela coisa doida dos sentimentos.
-Olha só quem fala, você não tem noção nenhuma do que está falando!
-Err... bem...
-Olha só pra você, a morte querendo me dar aula de como é a vida.
-Ei ei.
-É mesmo só o que sabe fazer é recolher almas, não tem idéia nenhuma de como é ser vivo!

 O Ceifador fica paralisado de choque, em toda sua existência nenhuma alma teve a coragem de lhe dizer tudo o que aquele jovem tinha descarregado sobre ele. Nenhuma alma tinha mostrado aquela imensa vontade de viver, é claro que muitos protestaram mas nenhum protestou com tanta determinação, no final suas esperanças sumiam rapidamente.

-Ja sei! – Disse Alex com uma expressão confiante. – O negócio é o seguinte, Sinistro.
-Ei que intimidade é essa.
-Ouça minha proposta. Façamos o seguinte: eu quero viver, e você nunca viveu ah ah ah não me interrompa, eu vi como você ficou balançado com o que eu disse. Então, se eu ceder o meu corpo para nós dois vivermos como um, você é a morte, uma entidade poderosa é claro que pode fazer isso não??
-Olha, a idéia é até legal mas só tem uma falha...
-E qual é?
-Eu sou o único encarregado pela transição de vida para morte!
-Ora não se preocupe, eu ajudo.
-Sério? Digo, pode ir parando fica quietinho não fala nada, não vai doer nadinha.
-Cara não esconda a sua vontade. Está estampado na cara que você gostou da idéia.
-Meu jovem, tem certeza disso, você quer viver com a Morte, a primeira e única Morte dentro do seu corpo?
-Se essa é a única maneira de eu voltar a vida... Sim.
-Hahahahahahahahahahaha! Garoto, até que eu gostei do seu estilo.

 De repente Alex sente um solavanco, ele abre seus olhos e vê uma equipe médica ao seu redor.
-Conseguimos um pulso!- disse uma paramédica aos outros colegas de trabalho.
-Nossa é um milagre. – Disse outro paramédico.
-Milagre... Sei haha, pronto garoto agora é só a gente relaxar. – Ironiza Sinistro a surpresa dos paramédicos falando na mente de Alex.
 Alex apaga novamente. Mais uma vez ele se vê no mesmo lugar em que se encontrou com o Ceifador pela primeira vez.
-Ei, o que é isso?! Nós tínhamos um acordo!- Alex reclama com Sinistro
-Relaxa Alex! A gente apagou mas estamos vivos. Nossa nunca imaginei que um dia diria isso. Mas enfim isso daqui é um Plano Astral. Toda vez que a gente desmaiar ou tentar dormir, nós estabelecemos esta relação frente a frente.
-Ah ta entendi. Peraí como assim tentar dormir??
-Ora, a morte nunca espera. Meus Parabéns você arrumou um novo emprego de tempo quase integral.
-É tudo na vida tem seu preço hã?
-Pode apostar sua vida nisso e... Epa, acho que vamos acordar de novo.

 Alex se levanta em sua cama no quarto do hospital, ao mesmo tempo em que sente uma pontada em seu peito devido ao esforço brusco. Sua mãe, Dona Célia, estava sentada em uma das poltronas lendo uma revista de fofoca enquanto aguardava qualquer sinal de consciência do filho.

-Meu filho! – Disse a mãe quando percebe seu filho sentado na cama, com uma mão sobre o ferimento e a outra girando o pulso, abrindo e fechando, que na verdade seria o primeiro impulso de Sinistro ao constatar que estava vivo.
-Mãe! É muito bom te ver!
-Meu filho, mas o que foi que houve?- Pergunta a mãe numa tentativa inútil de segurar seu pranto.
-Ah é uma longa história.
-Me conte por favor filho! Precisamos saber o que houve, você levou um tiro, precisamos dar queixa desse marginal!
-Ok ok mãe. Tudo ao seu tempo. Me deixa descansar um pouco e comer algo, tô com uma fome.

 E assim com essa fala incrivelmente espontânea do protagonista, ou melhor, dos protagonistas este capítulo se encerra. E também se inicia uma experiência única e imprevisível na morte e vida de Alexander Rocha Alcantara, 22 anos.