Nossa depois da vários meses parado, eu finalmente atualizei isso aqui, "2ª Edição de Vida de Herói" Vou me esforçar mais pra não ficar com esses hiatos enormes entre os capítulos... Enfim, espero que gostem =P
Vida de Herói
Capítulo 2: A primeira noite a gente nunca esquece.
Os três ficaram
encarando o improvisado uniforme estendido sobre a cama de Melissa por um
tempo, até que a mesma fala:
-E aí? Ta esperando o que? Põe pra gente ver como ficou.
-T-tá. – responde Marcos um pouco nervoso.
Marcos recolhe tudo
e se dirige para o closet de Melissa, as 2 amigas esperavam ansiosas e muito
curiosas. Depois de aproximadamente 1 minuto ele chama por Melissa:
-Mel! chega aê! Me ajuda com essa máscara aqui.
-Nossa cara, como ele é lerdo. – reclama Melissa para si.
Depois de ajudá-lo com a estranha máscara, ele manda a amiga
sair.
-Nossa ele me mandou sair só pra se mostrar, mal ganhou
poderes e já os subiram à cabeça. – reclama Melissa ao sair do closet.
-Bem meninas aqui vou eu!.
-Eu já vi como você ficou, bobão! – provoca Melissa.
-Quieta!
Marcos abre a porta
do closet e sai, faz algumas poses na seguinte ordem: fisiculturista,
posição da Garça, rapper, e por último esticando o braço com o punho fechado.
-E aí?
-Precisava mesmo fazer essas poses? – pergunta Amaya com um
olhar de estranheza.
-É estilo cara, mas enfim, ficou bom ou não?
-É ficou, ta parecendo uma tartaruga ninja com essa máscara,
mas de resto... – diz Amaya enquanto examinava melhor.
-Beleza! Bem, já vesti a roupa o que se supõe que eu faça
agora?
-Você quer sair, agora pra fazer uma ronda? – pergunta
Melissa
-Ainda são 16:25, acho que a polícia consegue cuidar da
cidade até escurecer.
-Fala verdade, você ta se sentindo ridículo com essa roupa
não está? Não que você esteja muito, mas você realmente está sentindo assim
não? – provoca Amaya sutilmente.
-Nããããão que isso, imagina. Eu só acho que não seria uma boa
sair assim a luz do dia, as pessoas podem acabar se assustando... ou rindo mesmo
de mim. – fala Marcos mudando de despreocupado para desanimado.
-Ta, ta, tudo bem. A gente pode ficar aqui e aproveitar o
tempo pra discutir algo que nós havíamos nos esquecido.- desconversa Melissa,
prevendo um das costumeiras discussões entre seus amigos.
-Que seria? – pergunta Amaya.
-Como raios o simples, azarado, fraco e pacato Marcos aqui
conseguiu todo esse poder.
-É verdade... Peraí!. – fala Marcos ao perceber sua
descrição.
-Como os super heróis de quadrinhos geralmente ganham
poderes? - Pergunta Amaya, leiga em relação ao assunto
-Aí é que está! Não existe um “geralmente”, isso varia muito
de herói pra herói. O indivíduo pode ser um descendente de uma raça alienígena,
ele também pode ganhar seus poderes de uma raça alienígena, pode acontecer os famosos
acidentes radioativos, como os com insetos, experiências em laboratórios, esse
tipo de coisa. .- explica Melissa.
- Hum... E aí fortinho? Andou fazendo contatos imediatos de
quarto grau ou uma borboleta geneticamente alterada largou aquele pozinho em
você? – pergunta Amaya.
-Sou só eu que estou me sentindo estranho com o fato de
vocês estarem me comparando com super heróis de quadrinhos? – pergunta Marcos,
ignorando as novas ironias de Amaya.
Por um instante os
três ficam em silencio refletindo sobre aquela verdadeira loucura.
-Ele tem razão, acho que estamos ficando loucos. – Diz Amaya
enquanto leva suas mãos até a testa.
-Não, gente calma aí. Deve haver alguma explicação plausível
para isso. – fala Melissa em um tom impaciente.
Ambas as garotas
levam uma mão ao queixo e começam a pensar sobre o caso. Enquanto que Marcos
meio confuso volta a falar:
-Ei, meninas eu estive pensando...
-Você o que? – diz Amaya em um súbito espanto.
Marcos olha de lado pra ela.
-Só te zoando cara, relaxa, você dizia... – desconversa
Amaya.
-Retomando o raciocínio... Você citou acidentes radioativos
certo Mel?
-Correto.
-Então, eu não encontrei aliens, não sou o único
sobrevivente de um planeta distante que explodiu, então eu só posso deduzir que
foi algum tipo de acidente. E se bem me lembro, a exatos 3 dias atrás eu sofri
aquele acidentezinho na fábrica, loooogo concluo que adquiri meus super poderes
do refrigerante. – explica Marcos com um ar de intelectual.
-Uaaaaaau... Legal gênio e como você explica o fato de um
refrigerante que é consumido pelo país inteiro dar poderes só pra você? –
pergunta Amaya.
-1º: Acredito na teoria de que algum engenheiro químico
tenha criado uma fórmula especial para o refrigerante, mas em sua composição
haveria alguns elementos tóxicos que ao se misturar com o refrigerante
resultaria em uma reação química transformando o refrigerante numa fonte de
poderes inimagináveis. Devido às toxinas presentes na fórmula ela foi recusada
por seu superior, então o frustrado engenheiro decidiu ele mesmo misturar sua
fórmula num dos tonéis do refrigerante, tonel este em que eu caí e que seria a
fonte de meus super poderes! Mas é claro que isso não passa de uma teoria. 2º:
Se por algum acaso minha teoria estiver certa, e tendo em vista que a empresa não
teve a decência de jogar fora o tonel em que eu caí e tivesse vendido aquele
lote, talvez eu não seja o único afetado. – explica Marcos mais uma vez
mantendo seu ar de intelectual.
-Cara de onde você tira tanta criatividade? – pergunta
Melissa com um sorriso de surpresa.
-Isso é de tanto ler histórias da Marvel cara. – responde
Marcos
-De qualquer forma, essa história do refrigerante é muito
surreal e com falhas! Por exemplo, a fórmula que o engenheiro cria ter toxinas?
Qual é? E que tipo de indústria renomada seria capaz de vender um lote de refrigerante
onde uma pessoa tenha caído?
-Ora, eu por via das dúvidas nem to tomando Guara-Cola você
sabe bem o porquê. – responde Amaya apontando discretamente para Marcos.
-Como eu disse Mel, é apenas uma teoria. – repete Marcos em
um tom sério forçado.
-Bom, de qualquer
forma eu vou fazer umas pesquisas depois eu digo pra vocês o que eu consegui. –
diz Melissa enquanto sentava na cadeira de seu computador, iniciando as
pesquisas.
-OK! Bem meninas, eu já vou indo. Essa noite eu vou dar uma
volta pelo centro da cidade e ver no que vai dar tudo isso. – fala Marcos após
tirar a máscara.
-Eu também vou indo Mel, preciso ir pra casa, tomar um banho
quente, relaxar e parar de pensar no fato de que o Marcos possa ser capaz de
limpar a cidade do crime.
-Ah, vou com vocês até o portão. – diz Melissa ao levantar
quase imediatamente após sentar em frente ao computador.
Mais tarde naquela noite, mais precisamente às 10:30 da
noite... Marcos e Melissa estão conversando pela Internet como sempre:
-E aí cara? Você vai sair mesmo ou vai ficar enrolando? Seus
Pais já foram dormir?
- Estão indo agora, eu vou vestir a roupa e sair aqui pela
janela, mas eu não vou te enganar não, estou um pouco nervoso.
-Relaaaaxa cara, esqueceu que você não morre?
-É mas ainda não testamos se eu realmente agüento levar um
tiro!! Sabe como ta a violencia hoje em dia né?
-Marcos, Marcos, Marcos... Acompanhe meu raciocínio: Hoje
mais cedo um carrinho de mão cheio de blocos de concreto, cai azaradamente em
cima de você, e neste exato momento você está aí confortavelmente no seu quarto
conversando comigo como se nada daquilo estivesse acontecido. Você ta dolorido
por causa disso?
-Bem não mas...
-Psst! Não me interrompa, e logo depois quando você chegou
aqui em casa pra contar isso pra Amaya e a mim, nossa amiguinha psicótica não
pegou simplesmente a Katana mais afiada do dojo do meu pai e fez um corte a
sangue frio no seu peito pra testar a sua resistência?
-Sim... e o que isso...
-Quieto. Apenas me responda mais essa pergunta, por acaso
você está com a marca do corte que ela fez em você?
-Não, mas...
-Então cala a sua boca e mova sua bunda para fora de casa e
ajude algum fraco ou oprimido.
-Ta bom! – fala Marcos com um tom de voz elevado e tenso.
-Vou sair aqui então, me deseje sorte – fala novamente o
garoto agora com um tom suave e calmo.
Marcos desliga o computador e veste seu uniforme
improvisado. Depois de pronto ele abre a porta do quarto e caminha a passos
silenciosos até o quarto dos pais para verificar se eles de fato já estavam
dormindo, após ter certeza disso ele volta para o quarto, abre a janela e
coloca um pé pra fora...
-Vou sair aqui de fininho pela janela e...
Nesse momento Marcos se desequilibra e cai do segundo andar,
fazendo um barulho considerável ao cair sobre um saco de lixo cheio de garrafas
pet e chamando a atenção dos cachorros dos vizinhos.
-sair de casa sorrateiramente. Au. – completa sua fala
silenciosamente ao sair de cima do saco de lixo. Ele olha pra janela do quarto
dos seus pais, para ver se eles haviam acordado. Mas os pais de Marcos (e o próprio
Marcos) tinham sono pesado. Certa vez houve uma confusão de madrugada na rua,
onde houve até tiroteio. O causador do tumulto era um assaltante em fuga, ele
chegou até a pular o muro da casa deles e disparar contra a polícia, ao ficar
sem balas ele tentou arrombar a porta da casa mas foi apreendido antes que
conseguisse, a família só foi saber o que tinha ocorrido no dia seguinte.
Voltando a história...
Marcos começou a andar pela sua vizinhança, alguns trechos
das ruas eram iluminados por postes, enquanto outros trechos recebiam uma
quantidade desprezível de claridade provida pelas luzes das casas. Ele andou
por algumas ruas, mas estavam todas desertas salvo, uns dois ou três carros que
passaram por ele cujos motoristas gritavam coisas como “O carnaval já passou,
otário!” ou cantavam a famosa música tema do Batman do seriado dos anos 60.
Após andar por uns quarteirões e com a baixa auto estima
causada pelos motoristas, ele avista uma cena peculiar: A alguns metros dali
ele avistava um menino que aparentava ter uns 8 ou 9 anos, olhando fixamente
pra uma árvore. Marcos caminhou até ele, que estava de costas, e falou:
-Ei menino, o que você está fazendo fora de casa à uma hora
dessas? – disse para o garoto, enquanto apoiava as mãos em seus joelhos numa tentativa de parecer
amigável.
O garoto olha de cima a baixo o estranho cidadão em sua
frente trajando roupas pretas e subitamente
começa a gritar:
-Socorro, Socorro, um estuprador!! Um estupff. – Marcos
interrompe os gritos do menino, tapando sua boca e olhando para os lados para
ver se algum vizinho tinha se manifestado.
-Eeeeeei cala essa boca garoto. Ta maluco? Eu não vou te...
O-olha eu sou um super herói ta legal? Eu vim aqui pra te ajudar! – fala Marcos
para o menino com a boca tapada.
O menino tira a mão de Marcos de sua boca e fala:
-Que isso cara? Você ta doidão? Super herói? Olha eu só
tenho 8 anos mas sei que super heróis só existem nos desenhos.
-E em quadrinhos. – completa Marcos – Bom, agora existe um
na vida real e está bem na sua frente, mas desembucha logo aí garoto em que eu
posso te ajudar?
-Olha se você é mesmo um super herói que tipo de poderes
você tem? – questiona o garoto, antes de pedir qualquer ajuda.
-Hum... Até agora super força e indestrutibilidade à blocos de
concreto e katanas, diga-se de passagem.
-Prove. – pede o menino.
Marcos olha em volta em não consegue pensar em nada o para
provar seus poderes ao menino.
-Olha no momento eu não sei como fazer isso pra você, mas
não se preocupe com isso, me diga o que você precisa e quem sabe eu possa usar
meus poderes com isso.
-Ah, quer saber? Vai você mesmo... Olha, já que você é o
único por aqui, eu só preciso que você suba nessa árvore e pegue o meu gato.
-Ahá o clássico resgate ao gato em cima de uma árvore.
Moleza...
Marcos caminha de um lado pro outro, olha pra cima avistando
o gato, até que fala pro garoto se afastar, e este o obedece. Marcos então
segura a árvore, uma mangueira, se concentra
e começa a balançá-la. O garoto cai pra trás olhando aquela cena bizarra
de um cara vestido de super herói conseguindo fazer uma mangueira balançar e
ele percebe o chão trepidar devido as raízes se desprendendo do solo, o gato
por sua vez, não consegue se manter por muito tempo e cai em cima de Marcos,
tentando cravar suas unhas em seu ombro, mas não conseguiu devido a resistência
da pele dele. Ao cair no chão o gato corre pra dentro de casa. Marcos esfrega o
seu ombro por causa do arranhão, mas não há nenhuma marca visível, ele percebe
o garoto assustado olhando pra ele, e logo se recompõe.
-Wow! Que incríve!! – exclama o menino
-É... incrível mesmo... – fala Marcos um pouco aturdido com
o que havia acabado de fazer
-Eu não disse que eu era um super herói? – fala Marcos com
um sorriso confiante para impressionar o garoto.
-Uau! Ninguém vai acreditar em mim, mas mesmo assim, me diz
qual é o seu nome? – pergunta o garoto maravilhado com o que tinha acabado de
ver.
-Ah é Ma... quero dizer... Você pode me chamar de: Justiceiro
Mascarado!
-Cara, que maneiro! Obrigado Justiceiro Mascarado!! –
responde o menino com enorme sorriso.
O Justiceiro
Mascarado se despede do garoto e continua seguindo em direção ao Centro da
Cidade. Foram 15 minutos de uma caminhada solitária, já que ele não encontrou
nenhuma viva alma pelo caminho. Chegando lá, ele começa a cruzar com algumas
pessoas e os aborda perguntando se precisavam de alguma ajuda, na maioria das
vezes as pessoas riam e diziam que não, numa dessas abordagens uma senhora
achou que seria assaltada e tentou bater nele com sua bolsa. Chegando próximo
do cinema da cidade (Sim a cidade conservou um cinema antigo no centro da
cidade, ele foi fundado na década de 50. Ao contrário das salas de cinema do
shopping da cidade, hoje esse cinema passa filmes consagrados de todos os
tempos, desde “Era uma vez no Oeste” e “E o Vento Levou” passando por “Jurassic
Park” e “Independence Day” e por fim chegando a filmes mais recentes como “O
Senhor dos Anéis” e “Matrix”) ele avista no beco um rapaz sendo assaltado.
-Wow, finalmente uma situação séria pra eu resolver...
O Justiceiro Mascarado vai se esgueirando pelo muro e
observa mais uma vez, um rapaz recuando enquanto o assaltante vai se
aproximando até deixa-lo totalmente sem saída.
-É isso aí Marcos! Você precisa abordar aquele meliante com
convicção e eficiência, e também com muito estilo!
Após a breve
preparação mental do herói, ele desencosta da parede e entra no beco, lançando
sua frase de efeito:
-MÃOS AO ALTO! ESTA CIDADE É PEQUENA DEMAIS PARA NÓS DOIS!!!
O assaltante leva um
susto e logo se vira apontando uma arma, para ver quem o desafiava.
-Nossa, até que isso foi legal! Foi meio Clint Eastwood, mas
acho que foi bom pra começar. – fala o Justiceiro Mascarado em pensamento com
uma expressão de satisfação consigo mesmo.
-Cê ta doidão moleque?!
A investida do
Justiceiro Mascarado foi uma distração suficiente para que o rapaz que estava
prestes a ser roubado conseguisse imobilizar o assantante.
-Rápido! Desarma ele! – Grita o rapaz para o mascarado.
-O-Ok!
O Justiceiro
Mascarado corre até os dois e se prepara para dar um soco no assaltante
imobilizado, mas para sua infelicidade ele não calcula muito bem sua força e
com o soco lança os dois contra a parede.
-Cacete! Mas o que foi isso?! – Exclama o assaltante, sem fôlego ao tropeçar
em uma tentativa de fuga...
-Droga! Ele não deu K.O! – Pragueja o Justiceiro Mascarado.
-Acho que com mais um golpe ele apaga.. já sei
-Não! Não! Fica longe de mim!
O assaltante vai
recuando, mas o Justiceiro Mascarado o agarra pelo colarinho e da um cascudo
nele que o faz finalmente apagar. Após largá-lo no chão o mascarado vai
verificar o estado da vítima do assalto que está desacordado já que o impacto
contra a parede foi direto em relação ao primeiro.
-Droga! E agora? – Pergunta a si mesmo, estando diante de
dois indivíduos desmaiados.
- Acho que vou ter que começar a trazer um rolo de fita
adesiva pra prender a bandidagem até a polícia chegar...
Ao revistar o rapaz,
pega o celular dele e procura na agenda um número da casa para pedir que alguém
busque o inconsciente:
-Alô?
-Oi filho, o que foi?- responde o pai do rapaz.
-Err... Olha só na verdade não é ele quem está falando
não...
-Como assim?
-Ele foi assaltado, mas não se preocupe! Está tudo bem! Ele
só está desmaiado
- O QUÊ?! O QUE ACONTECEU??
-Vish... Como eu vou explicar? Olha pode parecer uma
doideira mas eu sou um super-herói, eu vi o seu filho sendo assaltado e vim
para ajuda-lo, só que as coisas não saíram como o planejado. Eu to ligando pra
você, para que possa vir buscá-lo aqui. Eu o deixarei em frente ao velho cinema.
-Ei quem é você afinal?
O Justiceiro
mascarado desliga o celular, e agora olha para o assaltante, pensando no que
fará com ele antes de deixar o rapaz na frente do cinema, após poucos segundos
ele dá um tapa na própria testa pega o celular novamente.
-10º Delegacia de Polícia, qual é a ocorrência?
-Alô... err, eu apaguei um assaltante aqui no beco ao lado
do velho cinema que estava tentando roubar um cara.
-Com quem eu estou falando por favor?
-Desculpe senhor mas eu não posso dizer, vou deixar o
malandro aqui num latão de lixo e vou deixar o cara em frente ao cinema, ele
está desmaiado, eu já comuniquei os pais dele.
-Como assim não pode diz--
Ele desliga o celular
mais uma vez e o coloca no bolso do rapaz. Pega o assaltante e o coloca no
latão de forma que ele não tenha como sair facilmente caso recupere os sentidos
antes da polícia chegar e depois carrega nos ombros o rapaz, o deixa onde havia
combinado e abandona o local para evitar dar algumas explicações ao pai e a
polícia quando chegarem.
Após o ocorrido, o aspirante a herói vaga por mais algumas
ruas desertas do centro, até que percebe uma movimentação na rua transversal a
que ele estava e se dirige pra lá. Se aproximando com cautela ele vê a alguns
metros dali, uma van estacionada em frente a uma joalheria e um grupo de quatro
homens tentando destrancar a porta de aço, até que conseguem e entram na loja.
Ao ver que os ladrões entraram em ação o Justiceiro Mascarado não perde tempo e
corre até la. Ao chegar mais perto ele para pra elaborar um plano de ataque.
-Uf! Vamos la, você conseguiu prender um assaltante, isso
foi legal pra primeira noite de ronda, agora eles estão em maior número, vou
apostar no elemento surpresa
novamente...
Enquanto saqueiam a joalheria, os ladrões são surpreendidos
por uma figura de preto que invade a loja quebrando a janela com uma voadora, e
no instante seguinte o alarme é disparado, eles não acreditam na cena que
presenciam. Durante a investida o garoto cai mas logo se recupera e diz:
-Eu sou o terror que voa na noite... Eu sou o cisco caiu no
seu olho... Eu sou Darkwing Duck!!!!.... Aaaaah cara, não foi nada original...
Valeu subconciente...
Ao terminar de fazer a análise pessoal de sua abordagem, ele
se depara com os quatro ladrões apontando suas armas bem na direção da cabeça
dele.
-Me dê um bom motivo pra eu não estourar seus miolos agora,
sua bichinha miserável?
-Olha moço eu... CACETE! AQUILO ALI É UMA BOMBA?! – Exclama o
mascarado ao apontar para trás deles.
-O Que?! – Se assustam os quatro ao olhar para trás
-Haha Otários – caçoa o garoto aproveitando a chance para
correr até um balcão
Mas não houve tempo o
suficiente, os ladrões se voltaram para ele já atirando.
AAAAAAH!! – Grita o garoto ao se jogar para o balcão. Ele
havia sido atingido. Ele coloca a mão onde e a bala o acertou mas não sente
nenhuma ferida e logo próximo dele estava uma bala amassada caída no chão.
-Ta de zoa! – Fala o garoto maravilhado enquanto segura a
bala admirado.
-Aí seu verme agora você ta perdido! – Fala o líder do grupo
já estando logo atrás do balcão e preparando-se para atirar...
-Hoje não.
O Justiceiro
Mascarado aproveita o momento e empurra o balcão no ladrões que caem todos,
quando ele se levanta e vai em direção aos bandidos que tentavam se levantar, e
pega o líder deles pela camisa, eles ouvem uma voz vindo da porta:
-Todo mundo parado e mão na cabeça!! – Fala um policial
militar apontando pra todos enquanto outros policias também entravam na
joalheria...
-Ufa! Até que enfim vocês chegaram e... – O Justiceiro
Mascarado se cala ao ver que o policial o algema.
-Ta em cana seu verme!
-Ei, ei, ei, ei! Ta havendo algum engano aqui, eu to do lado
da lei!
-Cala a boca e entra na viatura! – Diz o PM ao empurrá-lo
para dentro do carro, e logo em seguida jogando o resto da quadrilha ao lado
dele...
Ao chegar na
delegacia, havia uma certa confusão, alguns fotógrafos já estavam a espera dos
ladrões que iriam para a página policial logo pela manhã. O Justiceiro estava
pronto para ser fichado quando um dos policias tentar tirar sua máscara e ele
logo reage:
-Ow ow ow! Não vai tirar a minha máscara não...
-Ta resistindo a prisão é? – Fala um policial ao tentar
imobiliza-lo mas o esforço é em vão. O garoto se sacode e chega a derrubar o
policial. Outros vão pra cima dele, mas todos tem o mesmo destino do que caíra.
-Peraí! – Grita o mascarado. – Eu vou pra cela
pacificamente, só quero ter o direito de continuar com a minha máscara.
Os policias se entreolham até que um deles sem paciência
toma a palavra – Ta ta ta ta ta... deixa esse pela saco com a máscara dele,
depois a gente tira a força...
Após conseguir
convencer os policias, ele tira as fotos de máscara mesmo pra sua ficha provisória
e vai pra dentro da cela. Além dele estavam os quatro ladrões que ele ajudara a
prender e mais uns 3 que já estavam la antes.
-Aí seu fedelho, você ta ferrado na minha mão! Pode não ser
agora, mas quando tu menos esperar, você ta fu#$%. – Ameaça o líder da quadrilha.
-Cara, você fala demais! Se os policias não tivessem chegado
na hora eu teria chutado o rabo de vocês e os seus amiguinhos tranqüilo...
-Cê ta maluco? Tu não tem idéia do que eu sou capaz muleque!
-Ei vocês aí meninas calem a boca! – Reclama um PM com os
detidos.
-Fica esperto meu irmão...
O tempo passa e por fim o vigia decide sair pra fumar um
cigarro deixando os presos sozinhos. Aproveitando da situação o líder da
quadrilha com sede de vingança parte pra cima do Justiceiro Mascarado, junto
com seus comparsas.
-Cê ta lascado agora!
-Chupa essa então – responde o Justiceiro Mascarado
desferindo um chute sem medir sua força. – Cansei de pegar leve com vocês,
bandidage! – O líder voa em direção a parede com suas costelas quebradas. Os
outros ficam na defensiva esperando a reação dele
-Ah é? Então vocês querem que eu vá até vocês? Então ta bom.
O Herói agora sem
paciência parte pra cima dos bandidos, derruba todos e aproveita e pega um
pelas pernas e começa a gira-lo para logo em seguida o arremessar sobre os
outros que por conseqüência também colidem com as paredes, Apesar de receber
alguns golpes durante a luta, a adrenalina o fez suportar a dor e ele não se
deixou abater, os que ainda não tinha sido nocauteados, logo foram após
receberem socos bem aplicados na boca do estomago. Após isso ele não perde
tempo, aproveita a oportunidade e quebra as grades da janela escapando por ali.
Para sair da delegacia não teve muita dificuldade, o vigia que havia ido fumar
já estava voltando para o seu posto . O garoto não parou, correu o mais rápido que podia
para que a polícia não o encontrasse e chega em sua casa, já eram 3:18 da manhã.
O garoto observa sua vizinhança deserta e com muito cuidado entra pela porta da
frente (embora isso não seja necessário já que como foi explicado a família
dele tem sono muito pesado, seria mais fácil ele se manter em silêncio para não
chamar a atenção dos vizinhos). Após entrar ele tira o uniforme dorme só de
cueca mesmo.
Mais tarde naquela manhã, Marcos chega ao colégio como um
zumbi de tão pouco que ele dormiu aquela noite, indo ao local de costume onde
ele se reúne com suas amigas, ele avista Melissa sentada em um banco com as
pernas cruzadas, com olhos fechados com uma expressão um pouco séria e com um
jornal dobrado em seu colo.
-Bom dia Mel, cara você não vai acreditar no que aconteceu
na noite passada...
-É cara, eu realmente não acreditei!! – diz Melissa ao
mostrar a capa do Jornal onde lia-se a seguinte manchete:
MISTERIOSO LADRÃO MASCARADO, QUEBRA OUTROS PRESOS E FOGE DA
CADEIA.
E logo abaixo as foto da ficha policial do Justiceiro
Mascarado.