segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sinistro! Primeiro Capítulo.

Boa noite a todos... no momento estou fazendo esta postagem enquanto assisto "Super Bad - É hoje!" um dos meus filmes preferidos...
Bem, finalmente postarei alguma história aqui e hoje é a grande estréia!! Começarei com Sinistro! tentarei intercalar entre Sinistro e Vida de Herói... Enfim tenho que assistir Super Bad, aproveitem e espero mesmo que gostem... =/



Capítulo 1: Alexander Rocha Alcântara, 22 anos, Morte e Vida.

  Andando pela rua com um semblante totalmente abatido está Alexander, também conhecido como Alex, um jovem de 22 anos, alto, porte físico um pouco atlético, olhos verdes, cabelos castanhos e lisos, cursando último período em Administração, estagiário em um grande banco de sua cidade a ponto de ser oficialmente contratado assim que se formar, saudável e bem vestido. Continuando com passos pesados ele vai se aproximando de um beco. Ao passar bem em frente ao beco, ele é subitamente puxado para dentro.
Alex está agora contra a parede e sente o cano de um revolver em seu peito, ao mesmo tempo em que vê o rosto de um homem com expressão desesperada e olhando constantemente para os lados. 
-Pode ir passando carteira, celular, relógio.
-Ah não pode ser, ta de brincadeira comigo né?
-Tá maluco bacana? Passa logo, vai, vai, vai.
-Eu não tenho nada não pô!
-Como não? Camisa social, calça social, sapato de couro, tu pensa que me engana?
-Cara, minha carteira ta vazia, to sem celular, e esse relógio é do camelô, agora me deixa em paz.
- Ah meu irmão, tá mentindo pra mim e me fazendo perder tempo aqui pra nada? Isso daqui é pra você aprender a ter noção do perigo!

O assaltante, sem piedade, dispara o gatilho. As pessoas na rua se assustam e na mesma hora correm. Alex cai e com a visão escurecendo vê seu assassino fugir. Ele parece ver tudo em camera lenta, por fim tudo fica escuro e então ele morre. Mas como um estágiario aparentemente bem sucedido, acabou naquele estado tão depressivo a ponto de não estar alerta para o homem que tiraria sua vida?

 Vinte minutos antes, Alex estava se dirigindo ao apartamento de Pâmela, sua ex-namorada que tinha terminado com ele há poucos dias. Sua expressão estava mais confiante, seus olhos brilhavam de esperança, ele ensaiava o que ia dizer pra ela no instante que ela abrisse a porta. Alex chega ao prédio onde Pâmela mora e seu coração começa a disparar. Ele entra no elevador vazio aperta o botão com o numero 3 que é o andar onde ela mora. Embora o elevador tenha levado pouco menos de um minuto para chegar ao terceiro andar, para Alex aqueles poucos segundos eram como horas, que ele usava pra relembrar de vários momentos com sua amada Pâmela. Passados os poucos segundos o elevador para e a porta se abre. Seu coração dispara, ele vai até a porta e toca a campainha. Alex escuta passos vindos de dentro do apartamento, consequentemente o barulho da chave destrancando a porta.

-Opa, fala aí. - Disse um homem que aparentava ser um pouco mais velho que Alex, com porte físico atlético, um verdadeiro rato de academia usando apenas uma toalha.
-Ih foi mal cara acho que errei de andar, desculpa incomodar.
-Quem é Marcelo?? - Uma voz muito conhecida para Alex surge de dentro do apartamento. Após perguntar Pamela se inclina pra ver quem estava na porta. Pâmela era linda, tinha cabelos loiros dourados, olhos azuis, muito branca, com o rosto corado.
-Ai... Que droga! Deixa que eu atendo... – Marcelo entra de novo, despreocupado, com ar ingênuo sem nem sequer imaginar a situação que estava diante dele.
-Ah cara! Por que você tinha que aparecer? Eu deixei bem claro que estava tudo acabado entre a gente.
-Pamela, m-mas como você pode sair levando pra cama o primeiro que aparece pela frente??
-Mas ele não é o primeiro e... uh droga.
-O quê?! Mas a gente tinha toda uma história Pam.
 Se aproximando de Alex, Pamela põe sua mão no ombro dele.
-Mas um dia toda história acaba, querido, mas nem todas com um final feliz. Não leve a mal, e cara, você é um gato, pode arrumar qualquer uma na hora que quiser.
-Mas eu não quero qualquer uma. E-eu quero você Pam.
-Gato, não dá mesmo... Tô com o Marcelo agora, vamos até viajar. Olha não fica mal não, foi bom enquanto durou. E outra ,nós podemos continuar amigos. – A última frase de Pâmela e a visão dela sorrindo tranquilamente ao dizê-la, atingiu Alex com força. A palavra “amigos” ficou ecoando em sua mente por um tempo.
-Quer saber, esquece!
 Alex simplesmente dá as costas para Pâmela e com passos arrastados retorna ao elevador. O elevador abre as portas e mostra seu interior vazio. Alex entra e se apoia no vidro do espelho e fica encarando a sua própria imagem, e relembra vários momentos seus com Pâmela, começando do encontro que havia acabado de ocorrer e mudando diretamente para os melhores momentos que ele desfrutou ao lado de Pamela, principalmente as noites de amor que passaram juntos onde Pâmela havia se mostrado muito experiente em certos aspectos, diga-se de passagem. O que realmente ativou a forte atração de Alex foi a sensualidade de Pâmela que fez com que ele se apaixonasse intensamente, e embora ela fosse uma aluna exemplar na turma de Direito, as amizades feitas quando ela havia entrado na faculdade foram aos poucos corrompendo sua personalidade e apresentando a ela uma nova vida de prazeres exóticos, então quando começaram a namorar ela já não se sentia a vontade com a ideia de um relacionamento sério. Na realidade o relacionamento entre eles não havia durado pouco mais de 3 meses. E isso meu caro leitor foi o que deixou Alex desatento para o perigo que o aguardava: uma ex-namorada.

 Alex abriu seus olhos de novos sua visão estava embaçada mas se acostumou rapidamente. Ele estava num lugar escuro mas havia névoa por todo lado. Alex não conseguia sentir o chão sob seus pés, ele estava flutuando. De repente ele ouve um som conhecido se propagando gradualmente.
-Ué? Sinos tocando?- Disse o rapaz quando logo em seguida ele houve uma voz rouca arrepiante.
-Não pergunte por quem os sinos dobram, pois eles dobram por ti!

 Nesse instante uma figura vestindo negro aparece diante de Alex, e aos poucos toma uma forma nítida. O estranho ser usava um sobretudo negro com um capuz que ocultava sua face que estava fitando o chão. Ao levantar sua face vagarosamente, Alex vê a figura de uma caveira, com dois pequenos brilhos vermelhos no centro de suas órbitas vazias, e parecia sorrir sadicamente, mostrando duas presas bem desenvolvidas. A criatura era muito alta media um pouco menos de 1,95 m, os ossos do tórax eram grandes e bem no centro um outro crânio estava incrustado. O ser também usava calça de cor negra também, e em sua cintura havia mais três crânios pendurados como adorno. Em sua mão direita segurava uma longa foice, com uma coluna vertebral rígida que ultrapassavam em aproximadamente 20 cm da altura do indivíduo servindo de cabo e na ponta mais um crânio que fazia junção com a lâmina, e em sua mão esquerda segurava um rolo de papel em estado envelhecido.

-O-o que diabos é você?! – Pergunta Alex realmente assustado para a figura diante dele.
-Ora, meu caro. Não faz nem idéia? Vestimentas negras, rosto cadavérico, foice na mão direita, um papiro na esquerda. Faça me um favor.- Responde a figura sinistra com uma voz rouca.
-Você é a Morte!
-Bingo! Também conhecido como Ceifador Sinistro, ao seu dispor.
-Não, não pode ser, morri apenas com um tiro?
-Amigo, o malandro estava com o cano da arma enterrado no seu peito. Mas vamos direto ao assunto, “Alexander Rocha Alcantara, 22 anos nascido em 12 de novembro de 1989” confere?
-É, está certo sim e... Não não eu não posso morrer! Sou novo tenho tanta coisa que eu quero fazer.
-Você quis dizer tinha. Então chega de papo, deixa eu passar essa foice em você e pronto.
-Me recuso a morrer!
-Aaah outro. Olha cara não dificulta meu trabalho, ainda tenho muitos lugares pra ir, muitas almas pra ceifar.
- Por favor ô seu Ceifador, vamos entrar num acordo. Por favor eu quero muito viver.
- Nossa hein? Sua força de vontade quase chega a me comover mas na verdade acho que você é meio maluco garoto. Estando vivo você fica sujeito a todos os problemas da vida, saúde, aquela coisa doida dos sentimentos.
-Olha só quem fala, você não tem noção nenhuma do que está falando!
-Err... bem...
-Olha só pra você, a morte querendo me dar aula de como é a vida.
-Ei ei.
-É mesmo só o que sabe fazer é recolher almas, não tem idéia nenhuma de como é ser vivo!

 O Ceifador fica paralisado de choque, em toda sua existência nenhuma alma teve a coragem de lhe dizer tudo o que aquele jovem tinha descarregado sobre ele. Nenhuma alma tinha mostrado aquela imensa vontade de viver, é claro que muitos protestaram mas nenhum protestou com tanta determinação, no final suas esperanças sumiam rapidamente.

-Ja sei! – Disse Alex com uma expressão confiante. – O negócio é o seguinte, Sinistro.
-Ei que intimidade é essa.
-Ouça minha proposta. Façamos o seguinte: eu quero viver, e você nunca viveu ah ah ah não me interrompa, eu vi como você ficou balançado com o que eu disse. Então, se eu ceder o meu corpo para nós dois vivermos como um, você é a morte, uma entidade poderosa é claro que pode fazer isso não??
-Olha, a idéia é até legal mas só tem uma falha...
-E qual é?
-Eu sou o único encarregado pela transição de vida para morte!
-Ora não se preocupe, eu ajudo.
-Sério? Digo, pode ir parando fica quietinho não fala nada, não vai doer nadinha.
-Cara não esconda a sua vontade. Está estampado na cara que você gostou da idéia.
-Meu jovem, tem certeza disso, você quer viver com a Morte, a primeira e única Morte dentro do seu corpo?
-Se essa é a única maneira de eu voltar a vida... Sim.
-Hahahahahahahahahahaha! Garoto, até que eu gostei do seu estilo.

 De repente Alex sente um solavanco, ele abre seus olhos e vê uma equipe médica ao seu redor.
-Conseguimos um pulso!- disse uma paramédica aos outros colegas de trabalho.
-Nossa é um milagre. – Disse outro paramédico.
-Milagre... Sei haha, pronto garoto agora é só a gente relaxar. – Ironiza Sinistro a surpresa dos paramédicos falando na mente de Alex.
 Alex apaga novamente. Mais uma vez ele se vê no mesmo lugar em que se encontrou com o Ceifador pela primeira vez.
-Ei, o que é isso?! Nós tínhamos um acordo!- Alex reclama com Sinistro
-Relaxa Alex! A gente apagou mas estamos vivos. Nossa nunca imaginei que um dia diria isso. Mas enfim isso daqui é um Plano Astral. Toda vez que a gente desmaiar ou tentar dormir, nós estabelecemos esta relação frente a frente.
-Ah ta entendi. Peraí como assim tentar dormir??
-Ora, a morte nunca espera. Meus Parabéns você arrumou um novo emprego de tempo quase integral.
-É tudo na vida tem seu preço hã?
-Pode apostar sua vida nisso e... Epa, acho que vamos acordar de novo.

 Alex se levanta em sua cama no quarto do hospital, ao mesmo tempo em que sente uma pontada em seu peito devido ao esforço brusco. Sua mãe, Dona Célia, estava sentada em uma das poltronas lendo uma revista de fofoca enquanto aguardava qualquer sinal de consciência do filho.

-Meu filho! – Disse a mãe quando percebe seu filho sentado na cama, com uma mão sobre o ferimento e a outra girando o pulso, abrindo e fechando, que na verdade seria o primeiro impulso de Sinistro ao constatar que estava vivo.
-Mãe! É muito bom te ver!
-Meu filho, mas o que foi que houve?- Pergunta a mãe numa tentativa inútil de segurar seu pranto.
-Ah é uma longa história.
-Me conte por favor filho! Precisamos saber o que houve, você levou um tiro, precisamos dar queixa desse marginal!
-Ok ok mãe. Tudo ao seu tempo. Me deixa descansar um pouco e comer algo, tô com uma fome.

 E assim com essa fala incrivelmente espontânea do protagonista, ou melhor, dos protagonistas este capítulo se encerra. E também se inicia uma experiência única e imprevisível na morte e vida de Alexander Rocha Alcantara, 22 anos.

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